A bola é minha

O Santos perdeu de uma forma vexatória para o Barcelona na final do mundial interclubes, em, todavia o time santista já havia perdido antes mesmo do apito inicial do juiz, os sintomas de uma possível derrota surgiu na escalação de sua equipe, optando por um esquema tático, do qual nunca havia experimentado antes., evidenciando o tamanho do  medo por enfrentar uma equipe dita pela maioria como coisa de outro mundo.

E, apesar do brilhantismo mostrado pela equipe catalã, compartilho com a mesma opinião de outrora e sigo novamente na contra mão em não idolatrar uma equipe de seres humanos mortais, passíveis de erros e acertos, no entanto, sei que contra fatos não há argumentos, a competência do Barcelona é evidente.

Porém o que chama atenção, a minha em especial, não são os números obtidos, mas os fatores que cercam as entrelinhas, nesse quesito sou um admirador assíduo dessa equipe, por serem tão comprometidos e deixarem de lado a vaidade e respeitarem a verdadeira protagonista do futebol que é a bola.

Apesar de serem famosos e donos de salários milionários, não deixam de ser proletariados do futebol, trabalhadores que levam a profissão a sério, outro dia ouvi numa rádio esportiva que a equipe no dia de uma partida em sua cidade não deixa de treinar e pós-treino são liberados para almoçarem com suas famílias, com o horário estipulado para retornarem próximo ao horário da partida oficial.

São assuntos assim esquecidos pela a maioria das pautas esportivas que estimulam o meu interesse, além do consolidado trabalho de base - em revelar jogadores, sem falar no senso de competitividade que encontramos na face de cada jogador e por que não dizer da concentração coletiva, que através dela vemos a aplicação tática demonstrada nos jogos.

Entretanto, vou parecer contraditório agora, quando tamanha jóia é valorizada de uma forma suspeita, visando bens invisíveis e ao mesmo tempo procura distanciá-la a colocando em um pedestal longínquo de nossos passos, acabo não conseguido enxergar beneficio algum. Em outras palavras é gozar com o pau do outro. A nossa imprensa causa isso em seus receptores, a sua maioria. 

A equipe catalã é formidável, no entanto esta longe de ser coisa de outro mundo, até porque quando se tem um objetivo há frente, virão inúmeras derrotas para enfim conseguir alcançar vitórias, argumento parecido, exposto por Neymar pós derrota, que a nossa porca impressa não chegou a divulgar nem no rodapé de suas veiculações. Visando somente as palavras que vende: “Nós da equipe do Santos, hoje aprendemos a como jogar futebol” quando na verdade essa frase faz parte de um contexto apagado pelos porcos da notícia.  

Contexto esse, que particularmente foi o melhor momento da decisão, uma fala que para os desprovidos de sensibilidade pode suar como desculpa de perdedor, mas na sua essência diz sobre entender o percurso da vida, que saiu mais ou menos assim de sua boca, segundo Neymar “Nós da equipe do Santos, hoje aprendemos a jogar futebol, no entanto, não devemos desvalorizar a nossa chegada nesse mundial, as nossas vitórias para chegar aqui, porém perdemos, mas indo de encontro a uma entrevista que ouvi do Josep Guardiola, que dizia que para chegar aonde chegou houve inúmeras derrotas. Por isso vamos aprender com essa derrota e fazermos de tudo para voltarmos ano que vem aqui”.

Não foi o poder divino que concedeu ao Barcelona a sua maneira de jogar, foi através de trabalho, derrotas e continuísmo ideológico que fizeram a equipe ser a número 1 do mundo. Se houver disposição, força coletiva e objetivo, outras equipes podem ser a equipe catalã, não só restringindo no campo de futebol, saindo, em nossas profissões se houver a soma de fatores que achamos ser a ideal para fazermos chegar ao nosso objetivo, também podemos ser o Barça. É tudo uma questão de para de achar que o outro pode ser e você não, ficar se exibindo pela qualidade alheia, imune de força para mostrar a mesma qualidade ou supera - lá.

O próprio Guardiola na sua entrevista coletiva disse que só tentou fazer o que o nosso futebol brasileiro sempre fez. Por minhas palavras é tratar a bola bem.


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