Os 10 melhores filmes que eu assisti em 2010

Depois de fazer uma lista dos 10 melhores álbuns que eu escutei nesse ano que se vai (2010), agora, parto para uma lista parecida, mas, desssa vez com os melhores filmes que assisti no cinema. É provavel, que esses doze meses foram o ano que eu mais me desloquei ao cinema, foram 42 vezes no total, algumas sozinhas, outras acompanhado com a minha namorada e amigos. Sem dúvida assisti muita coisa boa, como também algumas coisas ruins. Consegui, escrever sobre todos as produções que consumi. Até ai normal, só que aqui também, cito apenas 10, o que para mim é uma tortura, sendo doido por cinema e achando qualquer experiência cinematográfica válida. Então para o meu critério de avaliação bastou o seguinte, escolher os longas que mais mexeram comigo pós-seção. Escrevo o porque da escolha, o que acarretou, como ela me deixou pós-filme, se guardo boas lembraças, portanto, segue abaixo a listagem dos 10 melhores produções assistidas em 2010.

10° Direito de Amar
 A Single Man: Direção: Tom Ford

Apesar de ter essa tradução horripilante no Brasil, A single man - e prefiro me referir ao filme assim, narra a trajetória  de um professor homossexual recêm viuvo, que encontra dificuldade em voltar a viver. Com um tema que possa até sugerir especificamente  ao público Glbt, a trama consegue quebrar esse nicho e ser transformar universal, para a vida e todos os casais das diferentes opções sexuais. Enfim, ver Colin Firth atuando nessa história é incrivel, causa uma inveja do bem para qualquer aspirante a ator. Julianne Moore, por mais pequeno que seja o papel dela, sua presença traz com ela um charme único, que somente atrizes como ela carrega. Silêncioso, triste, trilha sonora ao fundo, impressão facial dos atores, preenchem o todo do filme. Saí do cinema emocionado por tanta verdade.




09° O pequeno Nicolau
Lhe Petit Nicolas - Direção: Laurent Tirard


Baseado na obra infantil Lhe Petit Nicolas, do co-autor de sterix, René Goscinny e ilustrado por Jean- Jacques Sempé, a aventura de Nicolau nos cinemas é aquele tipo de longa-metragem feito para família se divertir comendo pipoca e dando risada do excelente elenco infantil que conta a produção. Foi numa quinta feira - véspera de feriado, que sem compromisso assisti junto da minha namorada. Conclusão, ambos adoraram, nem senti o tempo passar, sai querendo mais aventura, refletiu em uma imensa nostalgia após a seção.  "O pequeno Nicolau" é aquele tipo de filme de gênero específico  que caminha por uma quase perfeição , mas por motivos de pouca mídia e espaço segue no anonimato, é poderia ser unanimidade se fosse visto por um número maior de pessoas.



08° Bróder
Direção: Jeferson De

Não se fala Bróder, se fala mano! - uma das falas que marcam  a trama - assisti esse filme no 34° festival de cinema de São Paulo, duas vezes, duas com a presença do diretor, na segunda consegui conversar com o diretor, no qual soube porque esse filme que ainda vai estrear em março de 2011 tem tudo para ser um grande sucesso. Mas, não é pelo fato de eu ter falado com o Jeferson que eu achei a 8° melhor produção que assisti no ano, mesmo sendo algumas vezes precário nos recurso técnicos ou até mesmo no roteiro. Bróder é preciso, trata-se do oprimido ganhando força no discurso, narra a vida periférica sem ser piegas, o filme do ano que tem mais abraços entre homens, que fala do valor da amizade. Como disse anteriormente que Colin Firth causou invenja em qualquer um que sonhe em ser ator, o que dizer de Caio Blat, o que é seu personagem?  para muitas mentes sem o conhecimento da vida na periféria sua interpretação suou forçada, para mim que sabe o que é o vocabulario periférico, Caio fez um brilhante papel, conseguiu ser rua. Sem falar, na cena fantástica dos amigos passeando pela cidade, ouvindo a musica " Fim de Semana no Parque" dos Racionais, aquela cena, eu me esbaldei.


07° Toy Story 3
Diretor: Lee Unkrich

 Era a parte que faltava para fechar a maior e a primeira animação computadorizada feita. Quando lembro de Toy Story carrego comigo um milhão de lembraças e nostalgia da minha infância. Nessa terceira aventura, os briquendos de andy se tornaram inválidos, já que o seu dono cresceu e está indo a universidade. Portanto, Toy Story não é apenas uma histórinha bobinha, por trás disso tem muita coisa, como a chegada da maturidade, o fim da infância, a inesistência de muita gente que se foi da sua vida. Com isso, Buzz e Woddy me mostraram a infância, a pré-adolescencia e agora me mostram como é bom as vezes, mesmo que seja por pouco tempo ser criança novamente.



 06° Menino Prodígio
L´enfant prodige - Diretor: Luc Dione

 Esse longa-metragem também foi visto na 34° Festival de Cinema de São Paulo desse ano. Quando consegui ter posse do guia da folha que trazia a sinopse dos longas, de premissa quis assistir esse longa canadense - Menino Prodígio - por se tratar de uma cine-biográfia, de um pianista canadense que conheceu a fama desde cedo, André Mathieu na década de 70 já era considerado um fenômeno no piano. No entanto não conseguiu manter sua fama ao crescer. Vou falar que esse filme me emocionou do começo ao fim, e que levesa em relatar uma historia que começa feliz e caminha obscuro. As primeiras cenas dele tocando em um recintal em Salle Gaveaume (Paris) me deixaram arrepiado, sentia que estava sentado nas fileiras admirando o talento único desse pequeno prodígio. Naqueles instantes inesqueciveis na sala de cinema, estava o mais proximo que já estive de Deus, sem demagogia alguma, a musica clássica tem esse poder de diálogar com os anjos, com o céu, com Deus. Esse filme foi um presente pra mim.


05° Insolação
Dirigido: Felipe Hirsch e Daniela Thomas

Aos poucos e raros que constumam entrar nesse espaço, tenho a total certeza que você nunca ouviu falar de Insolação e se ouviu foi por mim, também tenho a certeza de todos os filmes aqui citados, você nunca assistirá insolação. Isso porque esse longa metragem é daqueles fenômenos que aparecem sem ninguém perceber e em menos de um mês sai da sala dos cinemas. O meu interesse nessa produção se deu por conta de Daniela Thomas, havia assistindo no ano passado um filme dirigido por ela  e o Walter Salles- Linha de Passe - excelente, portanto estava interessando nesse em questão. Foi um sacrifício conseguir assistir, tive que ir em uma seção única, bem cedo. Lembro que sai de casa de manha e com muita fome. Mas, a fome passada foi bem recompesanda. Insolação é desaconselhável  a quem não tenha nenhuma experiência cinematográfica neo-realista, ou seja, de manifestações artisticas que pedem para ser usado a mente, por se tratar de uma obra de arte. Paulo José conversa com o público a todo o momento, os atores conduzem a trama como se estivessem no teatro, sai um ator de cena, entra outro.  Paulo Jose nesse longa caminha como se fosse o diretor: se encontrando com os atores para discutir os seus papeis na trama (simbologia). Na sala de cinema, lembro que eu delirava a cada cena, a cada diálogo. Sai de lá emocionado por ter assistindo o filme, sai com idéias, animação, vontade de criar, de ser aquilo que eu estava vendo na tela.


04° O Profeta
Un Prophéte - Dirigido: Jacques Audiiard 


O cinema francês bem representado nessa obra prima. Me interessei nesse longa metragem após ver o seu trailer. Pirei com as cenas mostradas. Narra a trajetória de Malik El Djebena, de um simplês renegado na cadeia para um grande marginal respeitado, com uma visão empreededora, claro, dentro da criminalidade. Agora como diz Mauricio Saldanha em sua cabine celular, pega o rock n rool de "Bons Companheiros", junto como o dilema de "O poderoso Chefão" de querer entrar e sair de uma familia e pega a saga, o épico de um personagem em "Boogie Nights" .. pronto, é o Profeta, impecável tecnicamente. Uma verdadeira lição de fazer cinema em todo os sentidos. Um show. Uma cena antológica de ação de Malik matando seus rivais dentro de um combe, já valeu o meu ingresso, imagine ao resto.


03° Os famosos e os Duendes da Morte
Direção: Esmir Filho

Será que uma combinação que envolva: Esmir Filho - Ismael Caneppele - Nelo Johan e Bob Dylan pode dar errado, claro que não. Esmir já havia feito um retrato lindo sobre o primeiro beijo no seu curta Saliva, estreiou em longas metragens com os famosos, adaptando a obra de Ismael, conseguiu de uma forma poética, retratar a geração y, os garotos que necessitam ter uma vida virtual, se você vibrou com a rede social, é porque você não viu "Os famosos e os duendes da morte", que deixa de lado qualquer clichê que possa ser feito do adolescente. Se Otto na música conseguiu falar com o meu interior, Esmir no audiovisual fez o mesmo. Um filme brasileiro que não parece ser brasileiro, e isso, não é nenhum merito, mas revela que Esmir Filho não é daqui, é de longe, eu também sou de longe, faço parte desse mundo cibernético. Vivo o dilema do protagonista a todo instante.


02° Tropa de Elite 2 - Agora o inimingo é outro

Direção: José Padilha

Tropa de Elite 2, assiste duas vezes no cinema, escrevi duas vezes no meu blog. Em termos técnicos é o melhor filme brasileiro da história, mostrou pro mundo e pra todas as mentes desconfiadas que o cinema brasileiro pode lutar de igual pra igual com as super produções norte-americanas. Como bróder, tropa é um filme preciso, que fez história no Brasil, na indústria cinematografica e na sociedade. Se Colin e Caio causaram invenja na interpretação, Wagner Moura nos trouxe a comprovação que é o melhor de todos, que cara fudido, que direção fudida, que elenco fudido. Eu poucas vezes senti como senti na cena em que o Capitão Nascimento batia no sub-secretário de segurança, aquilo significou minha vingaça. Tropa pode ser considerado quase perfeito. Roteiro elaborado, cenas magistrais, que intessidade Padilha você me causou na sua continuação. O sistema é foda parceiro, sem mais.


01°A Origem
Inception - Diretor: Christopher Nolan: 

Antes de tudo, fiquei com muita dúvida entre os três primeiros filmes, qual foi o que mais gostei, porque de todos da lista, não tenho dúvidas que "Os famosos" "Tropa" e "A origem" foram os que mais mexeram com os meus sentidos. Eu acabei escolhendo a "Origem" por conta de alguns fatores, primeiro por causa de Christopher Nolan, - que diretor é esse, não contente de fazer o melhor Batman de todos os tempos, ele me vem com um filme que traz tudo que uma produção tem que ter pra ser perfeita para um público amplo (ou seja quase uma unanimidade), efeitos visuais do caralho e um bom roteiro, com grandes atores - a segunda coisa foi por conta de Hans Zimmer e sua trilha perfeita - que se casa bem com a história e a terceira e decisiva foram as cenas que esse longa tem - muitas delas são antologicas, como a briga do personagem de Joseph Gordon-Levitt desrepeitando a gravida e travando uma luta contra um dos protetores do sonho invadindo, como a outra que é quando ocorrem o termino das três realidades, aquilo me sendeu um momento histórico também, nas duas vezes que assisti o filme no cinema, tive a certeza de estar diante de um acontecimento extraordinário do cinema. único, posso parecer forçado, mas " A origem" mexe com seu sub-consciente, com sua percepção, com sua intelectualidade, com seus sonhos, traz de volta sua infância: por você ter a sensação após o término da seção de querer fazer aquilo que você acabou de ver na tela. Misturando tudo isso em um longa metragem em tempos de adaptações fáceis e de obras feitas especialmente para públicos específicos para gerar lucro. Nolan trouxe a magia do cinema fantástico sem ser piegas ou sem ser burro. É tudo isso, fazendo parte de Hollywood. 

Harry Potter e As Reliquias da Morte Parte 1


Após uma década de aventuras do bruxo mais famoso do mundo o seu epilogo finalmente chega, que dizer pelos a primeira parte dele, isso mesmo, o final de Harry Potter por uma decisão dos estúdios Warner Bros foi dividido em duas partes. Essa decisão tomada se deve pela justificativa do estúdio em tornar o enredo mais fiel ao livro. Mas quem não nasceu ontem e ainda por cima assistiu a sua primeira parte sabe que essa manobra foi pensando no lucro. Pior para o cinema, que se estendeu pelo menos há uma hora e pouco de enrolação que pode ser vista comprovada na primeira parte final da aventura.

Eu nunca fui fã de Harry Potter, mas também nunca odiei a serie cinematográfica, também nunca tive a vontade de ler nenhum livro do bruxo e antes recriminava quem lia, justamente por ser reflexo da imaturidade e de ir à contracorrente do sucesso, com isso comprava a idéia de muitas pessoas que diziam que a literatura da escritora J.K Rowling, a criadora da obra era fraca, o que felizmente me auto-corrigi, agora sei reconhecer o valor dos livros e quando perguntado a mim sobre o que achar da escrita, apenas respondo: não sei. Na minha humilde opinião deve ser um bom entretenimento, somente.

O Enigma do príncipe, o antecessor da serie, foi uma das surpresas e foi o motivo principal para que gerasse em mim a expectativa do seu derradeiro final. Naquele filme, também dirigido pelo cineasta David Yates, que figura como diretor desde “A ordem da Fênix”, eu consegui me encantar com o mundo fantástico de Potter, finalmente conseguia ser pego pela historia que se transformou em fenômeno mundial.

Então, desde já estava ansioso e quando soube da noticia da divisão dos filmes, há nenhum momento passou a minha cabeça que se tratava de uma manobra industrial a fim de arrecadar mais dinheiro, pelo contrário estava achando que isso era um forte indício da potência que viria a surgir, o épico que eternizaria de vez a produção na historia da sétima arte. No entanto, eu sempre defendo que existe no entanto quando uma falsa expectativa é gerada, a primeira parte do longa metragem é cansativo, para não dizer deprimente.

Explico: A produção começa muito bem, recordando coisas do passado, atingido diretamente o sentimentalismo do fã, depois somos avisados de que uma guerra esta prestes a explodir, refletindo na caçada do mago do mal Voldemort aos três protagonistas Harry Potter (Daniel Radcliffe), Hermione Granger (Emma Watson) e Rony Weasley (Rupert Grint), porém o filme só é isso, não acontece nada, existe uma falta de ritmo na narrativa muito grande, a velha sincronia conhecida dos três amigos se perde com o prolongamento sem sentido da historia, nenhum deles consegue mecanismos suficientes para despertar a atenção da platéia, tudo ali é disperso. A impressão que dá é que há todo o momento eles estão doidos para perguntarem em voz alta “que porra a gente ta fazendo aqui? “.

A briga de Harry com Rony é a coisa mais feia vista por mim no cinema nos últimos tempos, aquilo suou muito fake. A exclusão da escola (Hogwarts) é uma péssima decisão, como contamos o fim de um historia e excluímos um dos personagens principais da serie? Alguns fãs dizem que isso traz mais humanidade na trama, entretanto eu quero que se foda a humanidade, não precisa haver traços humanos em uma historia que ao longo dessa década foi conhecida como nonsense (fantástica). Quando eu compro o ingresso do Harry Potter eu quero esquecer o mundo, quero entrar no mundo fantástico, quero coisas sobrenaturais, quero estudar em Hogwarts, quero jogar quadribol e não ser tele transportado a cada segundo em lugares sem sentidos, sem nenhum apelo carismático.

A sensação que eu tinha a cada cena era a seguinte: imaginava os produtores da Warner do meu lado me dizendo estamos felizes com a sua presença, mas informamos que antes da incrível comemoração com bons pratos, bolos, coquetéis, vamos recepcionar vocês com salgadinhos vencidos, refrigerantes de segunda mão, tudo de ruim alimentício.



Queriam faturar em cima da sua galinha de ovos de ouro, tudo bem, mas fizesse algo digno, queria encher a trama para jogar toda a emoção na segunda parte, que fizessem isso com a galera jogando quadribol e não inventando um casamento idiota. Li em fóruns, sites em que “As relíquias da morte parte 1” trata-se de um dos longas metragens mais fieis ao filme, segundo a opinião dos fãs, desculpa mas no cinema não funciona, tem que ter emoção, tem que ter cenas memoráveis.

Com a fotografia de Eduardo Serra cria-se um ambiente obscuro na franquia, trazendo a tona o quanto existe infelicidade naquele local. O que é a melhor coisa do filme, mas não a fundamental e suficiente para criar uma boa historia.

Em relação ao final, com a morte do Dolbie, será que eu fui o único que achei aquela cena forçada demais? Não acreditei na infelicidade do Harry Potter, sendo assim, isso não é um problema da sexta parte em si, mas sim do ator que interpreta o protagonista, Daniel Radcliffe. Pois bem, não senti choro e nada. Foi muito mais relevante a morte de Albus Dumbledore, inclusive a própria atuação de Radcliffe em saber da noticia.


Mas se existe algo pelos a mim que essa obra trouxe de bom é o crescimento de Ema Watson como atriz, ela domina a trama do começo ao fim, mostra que cresceu e será uma das grandes atrizes em um futuro próximo.

Apesar dos pesares acredito ainda na segunda parte, sei que numa mesma época que nem a de hoje, mas no ano que vem estarei fascinado com o fim da aventura da maior franquia existente na historia do cinema, é isso, não sou eu que falo, mas sim os números que não mentem. Não existem as chances de não ocorrer um final digno, pelo menos penso eu. Esses produtores são uns miseráveis querem faturar em cima de todos. Tudo bem Warner Bros, eu espero os bons pratos, o bolo e os coquetéis.



Drama


Ficção e realidade, duas palavras que se casam facilmente: díficil é distinguir ambas no pós-modernismo: a vida caminha de uma forma que ultimamente elas se misturam a todo instante. A fantasia saiu dos quadros de pintura, dos palcos do teatro e da tela do cinema para encostar e fazer parte de uma realidade.

Em tempos onde fatos extraordinários que parecem ter saído de um roteiro de cinema se tornam realidade confundindo nossa percepção entre o real e o imaginário. Ficção e Realidade de cinema se misturam cada vez mais. Poderia elaborar uma pergunta sugestiva. Será que vivemos num verdadeiro palco teatral, no qual as pessoas interpretam papeis a toda hora?

O cineasta Matías Lira em sua estréia na direção de um longa-metragem não tenta responder tal indagação acima, no entanto retrata de um forma bastante intensa o teatro em sua questão: realidade e ficção se misturando no processo de trabalho. (criação do personagem)


Sexta feira (22 de outubro), quando peguei o guia da 34° amostra de cinema de São Paulo, e havia lido a sinpse de "Drama", planejei de premissa que assistiria por conta do tema ser relacionado com o teatro. E desse modo, tive a oportunidade de presenciar a seção do diretor.

A peça começa:




Presente na sala cinco do shopping Frei Caneca, lugar onde guardo bastante apresso referente a bons filmes já vistos. A luz se apaga, é vejo uma face bela e concetrada, uma tomada mais ampla é observo o corpo todo, é uma garota, morena, tentando interpretar uma cena, trata-se de Maria (Isidora Urrejola) uma aspirante a atriz, presente num tablado de teatro.

O professor de teatro ignora a sua tentativa e pede sentimento e verdade. Maria necessita de apoio emotivo. Na sua fala, ela mentiu sem convencer: portanto surge um amigo que do tablado a toca, ela inicia uma exaustiva procura pela personagem até ... ela conseguir e encontrar.


Mateo (Eusebio Arenas) também estudante de teatro observa tudo. De longe, ele acompanha o sofrimento de sua namorada. O método de ensino do teatro no qual integram, influencia-se nos ensinamentos teóricos do dramaturgo francês Antonin Artaud, se denominando "o teatro da crueldade". O que significa: atingir uma perfeição na atuação experimentando interagir com a realidade dentro da ficção dos palcos.

Angel (Diego Ruiz) outro estudante aparece no banheiro, onde estavam Mateo e Maria, na hora que travaram uma conversa libertina, por um instante vendo os três contracenando, lembro repentinamente de Isabelle, Theo e Matthew (o trio que integra a obra The Dremers), fato ocorrido devido o comportamento parecido, comparações guardadas em suas devidas proporções. Na noite chilena, o trio elabora um jogo cênico entre eles. Combatendo seus medos, buscando encontrar o personagem da sua própria existência.


Nada sai como esperado, cada um segue o seu caminho, Angel corre atrás de Mateo, em compensação, ele segue assinando sua tag (assinatura) pelas paredes da rua, eternizado seu nome nos muros chilenos, enquanto Maria permanece no mesmo lugar onde estavam buscando o prazer necessário para interpretação.

A vida se transforma num verdadeiro laboratório para eles. Preso dentro de uma trauma infantil, o jovem namorado da moça, percorre seu espaço anual tendo colapsos do passado, que refletem no ódio por seu pai, que nega a verdade sobre sua mãe e ele.

Nas cenas que o grupo teatral ensaiam diante do professor, pode certamente representar as imagens que faltam para o livro "Preparação do Ator de Constatin Stanislavski", levando em consideração o sentido de professor orientando o aluno na interpretação. Sem aproximar-se na teoria, ambos são disítntos de linguagem teatral, porém caminham pela mesma arquitetura.


Sexo, droga e encenação, os dias seguem assim, nessa ordem. Enquanto Angel descobre sua nova essência, Maria se espanta com a sua e Mateo tenta desbravar o seu passdo. Seá possível, continuar dessa forma? Misturando a vida com a arte?

Mundo Cênico

Após a seção: o diretor estava receptivo às perguntas: achei interessabte o que ele disse a respeito da temática do filme: que a trama aborda o mundo possessivo dos atores que buscam a perfeição em cada instante e a vida, que contém alguns âmbitos que poderm ser confundidos com o palco teatral, exemplo citado foi: a política que contém os variados atores que representam, a população.


Stanilasvski discursava que a atuação é uma forma do despertar de emoções trancafiadas dentro do seu subconsciente, já Artaud defendia a mistura, a perfeição do seu teatro da crueldade. Matías Lira não defende uma causa, somente relatauma história com próprio argumento crítico: o excesso dos jovens em buscar o sucesso.

FICHA TECNICA:

Ano do lançamento: 2010
Dirigido: Matias Lira
Roteiro: Matias Lira, Sebastian Arrau, Eliseo Altunaga
Fotografia: Liguel Loan Littin
Montagem: Soledad Salfate
Musica: Cristian Heyne
Elenco: Eusebio Arenas, Diego Ruiz, Isidora Urrejola, Fernando Urrejola, Benhjamim Vicunã e etc.

Você vai conhecer o homem dos seus sonhos


 "Você vai conhecer o homem dos seus sonhos" é a nova produção de Woddy Allen, onde o próprio roteirizou. Trata-se do seu 48° trabalho. Para quem não sabe, ele lança filme anualmente desde 1975. 

Nessa produção, Allen mostra que continua sendo Allen pós-modernismo, isso porque a trama pode ser confudida com qualquer história já contada por ele em outra oportunidade nessa década. Eu particurlamente não acho uma boa, o lançamento de filme todo ano, acaba refletindo numa banalização da obra, no entanto e isso é dubio, com uma industria cinematografica lançando tanta coisa desnecessária, o mestre sempre terá seu espaço para aparecer, mesmo que signifique o mais do mesmo.

Na pelicula em questão, o diretor começa flertando com ninguém menos que Willian Shakespeare, discursando a frase de Macbeth:, com o intuito de pontuar a trama: "A vida é cheia de Som e Fúria, e, no final, isso não significa quase nada."


Com isso, vemos temas recorrentes na obra de Allen, voltando a céna, como: o abandono, a traição, a velhice, a procura incessante pela beleza estetica, a falta de sincronia entre a beleza fisica e a inteligência. Dessa vez Nova York, sai de foco, é Londres, torna-se seu ambiente de crítica.

Os atores da vez, são Josh Brolin interpretado (Roy), um escritor de um sucesso só, Naomi Watts, interpretado (Sally) - sua mulher, Gemma Jones vivendo (Helena) sua mãe e x-esposa que encontrou no espiritismo sua valvula de escape, Anthony Hopkins vivendo (Alfie), seu ex-marido e um senhor de idade que quer se tornar jovem novamente, Antonio Banderas interpretado (Greg) dono de uma galeria de arte, Freida Pinto, vivendo Dia, uma jovem bonita.


Portanto, o diretor fará o que sabe fazer de melhor, criar belas cenas de encontros e desencontros com essa turma toda. Roy se interessa por sua visinha Dia, mas vive um casamento falído com Sally, que por sua vez está interessado por Greg, seu patrão. Helena encontrou sua redenção no espiritismo, onde torna sua vida depedente da crença, Alfie tenta de todos os jeitos se tornar jovem, até se envolver com uma ex-prostituta e se casar.

 Sendo assim, no meio de tanto pano na manga, os desdobramentos ocorrem, preenchidas por muita ironia, crítica e humor negro. Numa vida rodeada de som e furia, Allen diz e mostra novamente o quanto o ser humano é frágil e vunelrável. A existência é fugaz e frágil. Cada gesto humano refleti nessa idéia.


Naõ tem jeito, mesmo com repetições, personagens parecidos de outras horas. O mal humor do senhor Allen sempre terá vez.

Os álbuns que eu mais ouvi esse ano

Chega ao fim mais um ano, 2010 se vai, só resta as lembranças. Um ano bom para muitos e ruim para outros, algo normal ao se tratar de vida, pois bem aquele velha sensação de inovação rodeada de esperança com mudança é fácil de ser encontrada nesse mês. Mas, se tem coisa que eu sempre gostei no final de ano é as listas de melhores: melhores canções, melhores filmes, melhores álbuns, enfim todo o balanço de um ano inteiro feito pela mídia ou por qualquer outra pessoa ou instituto, isso independente do veículo, se tiver lista eu gosto e acompanho. Lembro que quando tinha os meus 11 pra 12 anos, em todo final de dezembro ficava de ouvidos nas rádios para descobrir quais eram as melhores canções escolhidas por determinada estação radiofônica. Ao ter crescido me distanciei das rádios, por conta da invasão fabricada de musicas enlatadas destinadas ao sucesso, fui me deparar novamente as listas em um blog de um jornalista famoso, o Zeca Camargo, apresentador do fantástico, foi em 2008 que parei no espaço virtual dele e por acaso era dezembro, lá continha uma pequena lista de melhores álbuns, pirei com aquilo só tinha musica boa e melhor,  eu não conhecia quase nada de lá, tratei de baixar a maioria da lista. Hoje, é tradição eu acompanhar a lista que ele faz, não só de musica, como também de livros e cinema.

Andei pensando, como é legal esse negócio de listar as coisas que você mais consumiu no ano, porque não, eu também embarcar nessa parada e fazer a minha humilde lista de melhores álbuns que ouvi em 2010, já que eu consegui manter esse espaço durante esse ano, nada mas justo que eu mesmo me presentear e organizar as canções companheiras que me acompanharam durante esses 12 meses. 

Não tenho a intenção de nada, como disse só quero me presentear, espero que daqui alguns anos, me barre com esse post e lembre de tantos momentos que aconteceram e marcaram meu ano, onde sempre estava escutado alguma música ou pensando.  Nessa lista será escolhido os 10 álbuns que mais escutei. A princípio é isso, não se trata dos melhores do ano, mas sim dos melhores pra mim, que fizeram parte dos meus risos, anseios, medos, tristezas, caminhadas, hora rios de pico, indas a faculdade, sextas feiras loucas, fim de semanas pré-teatro, fim de semana pós-casa da minha mina, enfim, segue a lista abaixo:

10° Calla - Strenght In Numbers (2007) 

Calla é uma banda Rock Indie Estadounidense, nada conhecida no Brasil. Eles formaram a banda em 1997 no Borooklyn, de lá pra cá, já se foram 09 álbuns lançados. Esse é o ultimo lançado. Não me recordo como conheci essa banda, mas sei que ela faz parte do inicio do ano. Passei Meses ouvindo esse CD. A banda tem uma pegada um pouco parecida com a banda inglesa Interpol.  Destaco a faixa 04: Sleep In Spleendor e 07: Bronson. - A voz do vocalista é demais. Gostava de ouvir no túnel do metro onde viaja demais.




09° Emicida - Emicidio (2010)

Eu já tinha gostado da primeira mix-tap dele- "Pra quem mordeu cachorro por comida até que eu cheguei longe", porém em "Emicidio" - Emicida evolui, isso é claro logo na primeira faixa: "É Agora", onde ele faz um relato sobre a fama que conseguiu, e faz o inverso  do rap nacional tradicional, em vez de colocar a culpa nos outros ele consegue construir um musica com uma mensagem positiva, mesmo com a batida tão agressiva, em seguida vem a faixa- Cê Lá Faz Idéia, no qual ele identifica a mazela racial, numa refrão poderoso e uma batida melhor ainda. Além de ter outras faixas que falam sobre o amor, sobre a batalha de Mc na santa cruz, uma homenagem pro Racionais Mc´s, sem falar na importante questão que ele coloca: quem ganha mais com a miséria: A política, o Datena ou o Rap?  


08° Thiago Pethit - Berlim Texas (2010)

A Thiago é a versão masculina de Tiê. Com letras simples e arranjos bonitos, Berlim Texas fez parte de muitas noites em claro onde estava triste ou alegre. O bom desse álbum é esse, serve pra tristeza e tanto pra alegria. Posso falar também que Pethit é o Beirut brasileiro. Agora que ele ganhou o VMB, vai longe, merece, porque a música dele toca na alma, fornece inspiração, destaco a faixa 06: Fuga N°01, que tem tudo haver comigo.






07° Dub Incorporation - Diversité (2003)

Imagine uma banda de reggae francesa - é Dub Incorporation que honra a bela história do reggae. O som dos caras é demais. Escuto e levito, não me preocupo com nada ao redor quando ouço, viajo nas vozes, nas guittaras, na bateria, melodias. Conheci essa banda muito por acaso, tava a procura de uma banda de Dub no 4 shared, quando vi essa banda na lista e baixei na hora de ouvir, fui para melhor faixa, à 04: Rude Boy, pirei, foi numa madrugada. Dormi ouvindo o CD. Fiquei maluco. Dub Incorporation foi responsável por eu voltar a dar atenção ao gênero reggae. Sem mais.




06° 3 Na Massa - Confraria das Sedutoras (2008)

Projeto paralelo que reúne Dengue e Pupilo do Nação Zumbi, e Rica Amabis do grupo instituo junto com cantoras da música brasileira e atrizes, só beldade, de Leandra leal a Pitty, de Lurdes da Luz a Thalma de Freitas.  O interessante que logo que saiu esse álbum eu baixei, na primeira impressão não havia gostado, então permaneceu perdido no documentos do computador durante bom tempo. , por alguma razão que eu não sei a qual, esse ano tratei de ouvi-lo, dai a surpresa achei demais, viciei por meses, não saia de casa antes de ouvir a faixa 8: Objeto - cantada pela Nina Becker, todas as faixas são boas, existe uma mistura interessante nesse álbum e um charme único também.


05° Marcelo Jeneci - Feito pra Acabar (2010)
  
Ele surgiu em Guainazes e não toca Rap, um caso raro,  já tocou com Zélia Ducan, Arnaldo Antunes, Chico César e Vanessa da Mata. Fez o seu primeiro álbum, que estará com certeza em todas as listas, seja nas tradicionais ou em amadoras como essa. Uma Sanfona, uma bela banda, uma voz feminina acompanhando - Laura Lavieri  e muita jovem guarda. Letras que falam de como não é obrigado ser feliz, de tristeza, de amor. mas tudo isso sem ser démodé. A faixa 3- Felicidade é a minha musica de final de ano. Se soubesse tocar algum instrumento com certeza a minha primeira canção seria Dar-Te-ei, a faixa 6, que é linda.


04° Portishead- Dummy (1994) 

Nunca é tarde para ouvir Portishead. Eu sei disso, sempre admirei essa banda, mas nunca peguei para ouvir um álbum específico. Quando fiz isso, conclusão: viciei - Todas as faixas são fodas - uma obra prima de 1994. Batidas perfeitas, melodia tranquila, voz que fala na alma. Durante bom tempo, meu celular era proibido de apagar esse álbum. Roads é a melhor música. É do tempo, não é datada, tenho certeza que daqui uns vinte anos, escutarei de novo esse álbum é será tão intenso como é hoje. O mundo precisa descobrir mais Portishead, depois que ouvi "Dummy" foi um pulo para ouvir outros da banda. A banda perfeita pra escutar a todo momento, mas debaixo do chuveiro, vendo a água cair é uma viagem.



3° The Beatles - Sgt Pepper´s Lonely Hearts Club Band (1967)


Foi assim, confesso, não se falava em outra coisa que não Paul Maccartney,por isso acabei ouvindo um Poadcast do Jovem Nerd sobre a banda, é nesse programa falaram desse álbum Sgt Pepper`s Lonely Hearts Club Band, que era revolucionário, que tratava-se de uma obra de arte e divisor de águas no mundo musical, pois bem, baixei, já conhecia sucessos isolados da banda, como Help, Something, enfim, mas nunca tinha ouvindo um inteiro. Ouvi essa, só tenho uma coisa a dizer: Puta Que Pariu onde estava que nunca tinha parado para escutar essas canções. Único, instrumentos perfeitos, experimentações incríveis, bem diferente dos Beatles tradionais que é conhecido na mídia. Getting Better, Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band, Fixing a Hole, o mantra do Within you Whithout You, enfim, são trilhas que se tornaram fundamentais para meu desempenho final na faculdade.

02° Kamau- Non Ducor Duco (2008)

Penso, existo, evoluo, analiso, pesquiso, reconstruo, insisto, resisto e assim continuo pra ficar raiz no ramo em que atuo. Refrão da faixa 03- Evolução na Locução, foi uma das musicas que mais escutei esse ano, era certa pra ser ouvida na sexta feira. Voltava no último metrô, com esse CD inteiro sendo executado. Considero esse álbum um dos melhores já lançados no rap nacional, Kamau faz rima fácil, fala de amor, fala superação, fala de sensacionalismo, de positividade. Rimas inteligentes, sacadas impressionantes, batidas fortes. Non Ducor Duco foi muito mais do que musica, servia como remédio pra melhorar da depressão, pra continuar a ver a esperança na vida de concreto. Todas as faixas são demais, todas dialogam comigo, retratam meu momento, conseguiram enxergar eu, de uma forma que ninguém enxergou esse ano. 

1° Otto - Certo dia Acordei de Sonhos Intranqüilos (2010)

Otto acordou de sonhos intranqüilos, eu por intermédio dele também acordei. Otto sofria antes de ter lançado essa obra prima, eu também. Certo dia acordei de sonhos intranqüilos, não é um simples álbum, é a obra de arte desse cantor pernambucano, que demorá dois séculos pra lançar uma coisa assim novamente. Não se nasce Beatles, Chico Buarque, Pink Floyd, David Bowie, sempre. Não adianta coisas assim demoram pra acontecer de novo. Escutei esse CD inteiro uma vez, não gostei tanto, escutei a segunda vez, não podia ouvir outra coisa. Foi a coisa sonora que mais tocou esse ano no meu celular e no meu computador . As musicas 6 minutos é poesia, Saudades é linda, Crua é demais, todas são incríveis,  serviram pra mim como um recomeço. Peguei esses dias pra escutar novamente e não tive dúvida, viciei de novo e soube que aquelas canções que fazem parte desse disco foram as melhoras do ano. Claro pra mim.      
    

Cópia Fiel



A primeira imagem é estática, os créditos iniciais sobem e como se estivéssemos diante de uma pintura exposta em uma galeria. Ao longo dos minutos a situação vai nos revelando: um plano longo, pessoas sentadas, um anúncio: o escritor James Miller (William Shimell) está lançando seu livro em Toscana - Itália, que leva o nome da produção (Cópia Fiel) - Trata-se do prolongo da nova obra do cineasta iraniano: Abas Kiarostomi, que se afasta pela primeira vez do seu país de origem para gravar na europa.


"Se a qualidade de uma obra de arte depende do contexto e está nos olhos de quem a vê, então uma falsificação pode ter a mesma validade do original" - palavras ditas pelo escritor inglês que apontam o percurso que a história pretende seguir.




Já perto do final da primeira cena, surge Elle (Juliette Binoche), francesa e dona de uma galeria, animada de estar no local, senta na primeira fileira, logo em seguida chega seu filho, no qual lhe impede de permanecer até o final do lançamento, portanto surge a oportunidade do encontro com James.


O inglês e a francesa saem juntos pela pequena vila italiana, mas ele deixa claro que precisa voltar as 9 ao aeroporto rumo ao seu país. Desse ponto em diante, a trama percorre diversos caminhos e nessa hora lembramos da fala  inicial dita pelo protagonista. Uma verdadeira aula de roteiro, diálogos, fotografia, direção são mostrados durante esse passeio.


A realidade e a ficção se misturam, Abas faz cinema de arte, Binoche mostra que a maturidade é encantadora, Schimell é a delicadeza da produção. Se não bastassem, o roteiro brinca com o público, deixa a gente interpretar a história da nossa forma, sem restrição. 

Temas são debatidos de uma forma delicada e sem ser piegas, entre eles são vistos: a solidão, a velhice, a incompreensão, o medo, a rejeição, a obra de arte, o amor, diria que conjunturas que fazem a vida. É isso, Abas retrata a vida.


Em uma parte da trama, a indagação que surge é: uma relação amorosa sobrecarregada pelo tempo é a copia de uma relação recém formada rodeada de amor? - Ao final da película a questão é respondida ou melhor interpretada. 




A trama não se restringe a data, é do tempo, é da vida. É poliglota, por ter diálogos francês, italiano e inglês. Um forte registro sobre a vida. Começa ensolarado, coberto de esperança, termina amargo, decretando o final. 

O nosso olhar pode ser cópia ou original, ou tudo, depende da percepção de cada um.

A rede Social


Parece que foi ontem que estava cá no meu quarto deslumbrado com a internet discada, aprendendo a ser paciente com ela ao esperar a sua conexão, desbravando o sexo oposto e fazendo amigos pelo "ICQ", conhecendo a madrugada por intermédio do "Napster", no qual varava as noites aguardando o fim de um download, o que acabou refletindo na minha formação musical. Foram tempos que pensei que fossem direcionados a eternidade, pois bem, o tempo tratou de dar o seu ctrl alt del e os dois serviços sumirão, um por ter tornado démodé e o outro por falência.

É o tempo tratou de mudar, os avanços tecnológicos ditaram a década de 2000. O uso da internet se tornou popular com a chegada da banda larga, a web de 1.0 estática, tornou-se 2.0 com a temática interativa e com o compartilhamento de arquivos e a quem diga que estamos evidenciando a web 3.0, que significa o melhoramento da função anterior com a agregação de novas mídias como o celular. Mas nisto, divago, por se tratar de uma questão complexa que é tema de debate dentro do cenário informático.

O longa-metragem: A rede social, do diretor David Fincher me trouxe boas lembraças do passado e constatou o momento em que vivemos com a forte inclusão digital, isso porque antes de relatar a historia do criador do facebook, a trama identifica a contemporaneidade e retrata o ser humano cibernético, aquele que precisa possuir uma vida virtual para ser aceito entre os diferentes grupos sociais que se relaciona.

Longe de ser a obra prima de Fincher e tão pouco marcante por alguma atuação de seus atores, a produção funciona por conta da própria história.

História:


Estamos na Universidade de Harvard no ano de 2004, Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg) é um aluno, que detêm uma inteligência e uma percepção invejável, no entanto constuma ter problemas ao se relacionar com os outros. Logo na primeira cena ele e sua ex-namorada - Erica (Rooney Mara) travam um diálogo, que serve para indetificarmos a personsalidade do protagonista. Por ser chamado de babaca por ela, do seu quarto arma uma vingaça, comparando-a com um animal em seu blog, além de criar um jogo na rede da universidade, com uma disputa de fotos de alunas, onde os alunos escolhiam qual fotografia era a melhor, o que rendeu a atenção dos administradores oficiais, lhe redendo uma visita ao Conselho de Administração de Harvard.


Com o seu nome espalhado aos quatros cantos da universidade, os irmaõs Winklevoss (Josh Pence, Armie Hammer e John Hayden)  o chamaram para planejar seu projeto: o Harvard.com. - uma rede social que serviria para enturmar a faculdade. Perto dos resultados finais, Mark desaparece alegando problemas na linguagem, em fevereiro de 2004, ele cria o THEFACEBOOK, uma rede social que serve para enturmar alunos da Harvad.


Não demora muito para o site virar mania no campus, tornando evidente a necessidade de ampliação, com isso junto com o seu sócio Eduardo Saverin (Andrew Garfield) , estedem o serviço para à Universidade de Stanford, à Universidade Columbia e à Universidade Yale. Em Stanford, chama atenção de Sean Parker (Justin Timberlake) - co-fundador do "Napster", logo Mark e Sean se tornam parceiros, dando ínicio aos verdadeiros dramas da história.


A trama não é linear, vemos ela em três tempos, a história (passado) e duas acusações em julgamento (momento), a primeiro dos irmaõs Winklevoss por conta da apropriação intelectual do Harvard.com. usada no facebook e a outra de seu socio Eduardo, por ter sido lesado em um investimento de risco ao longo da trajetória de sucesso.

Uma fala que permeiou a minha mente por horas após a sessão dita por um personagem secundário, mas exclarece essa história como também serve para tantas outras, que é a seguinte: Em todo mito da criação existe um vilão. Nessas palavras vemos que Mark com todo o sucesso e a sua inteligência se tornou o vilão da própria criação. É se não bastasse, sendo o dono da maior rede social do mundo, permanece o homem mais solitário, sem ao menos conseguir adicionar sua ex-namorada em sua invenção. O que abre espaço a uma questão, será que as redes sociais não significa compartilhamento de solidão a distância?

A rede social certamente irã concorrer e tem grandes chances de ganhar o Oscar, por conta do tema e da nitida intenção da acadêmia em mudar os ares da festa e focar no publico jovem. A David Fincher esse novo longa servirá como "Os Infiltrados" serviu para o Scorsese, em relação ao Oscar, poderá ganhar o prêmio com o seu filme mais modesto. No entanto, essas coisas sempre acontecem quando falamos em premiações.

Ser Humano Cibernético

Ser Humano cibernético
Ter coração virtual
Ser ligado com as mídias
Com um órgão social
Plugados pelo nervo craniano
Tendo uma genitália banda larga
Minha vida cibernética
Feliz por mais um dia
Online
Sete dias
Online
Daqui ou da Bahia
Sendo social e media
Fazendo meu currículo
Avançado
Interagindo com o intangível
Banalizando sentimentos
Enlatando informações
A cadeira me odeia
Minha vista me irrita
Ser humano cibernético
Daqui ou da Bahia
Do Equador ou do El Salvador
Insônia e insolação cibernética
Conto tudo pra alguém
Na rua vazia
Virtualmente
Offline um dia

Foi, é? - quando?

O que eu fui foi embora no dia.
Não sei ao certo dizer quando ocorreu ... Sei que foi dia, alias o que há de ser se não dia?
Sozinho, nem hesitou, nem questionou, sem avisar, partiu ..Correu e foi ...
Átomo rodeado de outros, formando um.
Assim, sem mais ou menos, viajou sem volta ..
Você acredita?

Um quarto em Roma


Um quarto em roma é o novo filme de Julio Medem, um diretor espanhol cultuado pela opinião pública por ter realizado obras como: "Os Amantes do Circulo Polar" (1998) e "Lúcia e o Sexo" (2001).  No entanto há muito tempo seu passado de glórias vem sendo colocado em cheque pelo seu penúltimo filme: "Caótica Ana", no qual a mesma opinião pública que um dia lhe reverenciou disse que a obra em questão tratava-se de um equivoco do cineasta que se perdeu em suas intenções cinematográficas.

No caso "Um Quarto em Roma" sofreu a mesma crítica por meio dos jornalistas de platão, que argumentaram que Medem se perdeu em sua exploração pela sexualidade feminina, para alguns mais exaltados, a produção em si trata-se de  uma pornochachada mascarada de filme de arte.

Eu particularmente não conhecia o cineasta, apenas tenho em meus arquivos do computador o longa "Caótica Ana" que ainda não tive tempo de assistir. Pode parecer um pouco infantil mais a minha escolha de assistir o filme ocorreu por causa da capa e pela beleza das atrizes. Antes de entrar na seção não sabia nada, nem  havia lido a sinopse. Era como se as duas atrizes Elena Anaya e Natascha Yaroveko, presas na capa me chamara para assistir.

Então estava lá atraido pelo poster sem saber de nada da trama . O longa começou, logo vemos uma Roma contemporânea, o tempo é a noite, em uma escuridão surgem a espanhola Alba (Elena Anaya) e a russa Dasha (Natascha Yaroveko) que acabaram de se conhecer e juntas demonstram estar um pouco alterada pelo álcool. Após o surgimento elas param  na frente do hotel onde Alba está hospedada, ela convida  Dasha pra subir em seu quarto.

Dentro do quarto descobrimos que elas se conheceram em um bar na própria cidade. Presas naquelas paredes, o sentimento de perda que ambas carregam parece ter sido o fato da aproximação, mesmo sendo desconhecido por elas. A narrativa não sai do quarto, tudo gira naquele espaço, mentiras, choros, brincadeiras, sexo, as diversas formas mais intensas do ser humano ocorrem naquele curto espaço de  tempo.

Durante 109 minutos exploramos a intimidade feminina, em quase todas as cenas as protagonistas se encontram nuas e adentram em questões sexuais e pessoais, sendo que tudo é a flor da pele.

A decoração do quarto remete a um tempo distante de Roma, principalmente pelos quadros pintados por artistas do Renascimento, uma época onde o homem buscava a todo momento a sua humanização. Por meio dos quadros expostos vemos a relação até geométrica entre as duas, uma da Espanha e a outra da Russia. A perspectiva exata delas em um mesmo espaço.



Considerações Finais:

Precisa existir um equilíbrio nas opiniões demonstradas sobre a produção. Contrariando diretamente os críticos renomados não achei no todo um longa ruim, mas também não pontuo como maravilhoso. Dentre sua duração existiu pontos a favor e pontos negativos.

O modo como é conduzido o "climax" - é totalmente confuso, surgem coisas desnecessárias a cada travada de dialogo, o que causou por oras a desvalorização do trabalho das atrizes.  Porém,  o próprio trabalho das atrizes, principalmente da ucraniana Natascha Yaroveko que tem uma feição incrível, consegue trazer o melhor da produção. Isso porque,  elas atuarem 90 % do filme nuas, o que não é fácil para uma atriz se expor dessa forma, o que refleti diretamente no comprometimento e a vontade de que as moças tiveram pela trama. Apesar da boa vontade delas a limitação da narrativa sobressaiu e deixou bem claro as falhas.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails
Return top