Karate Kid

EUA, 2010 Direção: Harald Swart Com: Jaden Smith, Jackie Chan, Han Wenwen, Taraji P. Henson, Zhenwei Wang.

Karatê Kid: Refilmagem do clássico original de 1984 que narra à trajetória de Daniel San (Ralph Macchio) e seu mestre Miyagi (Pat Morita). No remake, o karatê cede lugar ao Kung Fu, as estrelas agora são formadas por Jackie Chan e Jaden Smith.

A história acontece quando Dre (Jaden Smith) se muda para a China com sua mãe (Taraji P. Henson). Chegando ao novo lar, se aproxima de Meiying (Han Wenwen), por isso acaba virando alvo de Cheng (Zhenwei Wang) e seus colegas. Na tentativa de reaver sua dignidade e parar de sentir medo, inicia um treinamento de Kung Fu, com S.r Han (Jackie Chan).

Esse é o tipo de fita “Sessão da Tarde”, com aquela história café com leite, feita especialmente para entreter. Em sua duração a tranqüilidade é garantida. Tornado-se um belo remédio para apagar um dia estressado. Então, esquecemos do exterior e entramos de vigia na vida de Dre. Que não poderia ser ninguém menos que o grande talento mirim de Jaden Smith, que parece ter pegado a receita de simpátia com o seu pai famoso, Will Smith. O garoto convence e mostra um potencial incrível para interpretação.

Não me lembro do primeiro filme, mas esse novo me rendeu belas gargalhadas e melhor, me surpreendeu, sai da sessão com a vontade de lutar Kung Fu, sem mentira. O que é valido. A receita fundamental de um bom blockbuster norte-americano e ter o poder de levá-lo a outro mundo.

É o novo karate kid consegue esse feito.

Fluídos

Brasil,2010 Direção: Alexandre Carvalho Com: Francine Souza, Gus Stevaux, Mário Ilha, Silvia Pecegueiro, Tânia Granussi e Tatiana Eivazian


Antes de tudo, Fluídos trata-se de um longa-metragem nacional rodado ao vivo durante a virada cultural 2010 (Maio). O projeto nasceu da seguinte forma, os atores gravaram em diferente localizações de São Paulo e na mesma hora a edição era feita em tempo real e a sua projeção foi simultânea na sala de cinema. Ato chamado pelos diretor Alexandre Carvalho de cinema vivo.

A trama é feita a partir de três núcleos, um casal paulistano que adentra no limite dos seus prazeres sexuais, uma aluna de artes plásticas que mantêm uma relação com o marido via internet, dando espaço para o surgimento de uma relação com a sua professora transexual e por fim um garoto expondo seus problemas pessoais num reality show, tendo que manter conversas diárias com uma produtora sensacionalista para poder filtrar o contéudo que será abordado no ar.

O interessante é que todos os personagens de alguma forma se relacionam durante a projeção.

O projeto idealizado pelo diretor Alexandre Carvalho é ousado, na tela vemos o êxito realizado. Eu não tive a chance de assistir a projeção ao vivo, porque não havia publicidade o suficiente para abordar esse feito. Só fui ver ontem, numa sessão alternativa no cinema Belas Artes.

É gostei do que assisti. O filme tem um elenco excelente (todos desconhecidos pelo público), o roteiro é bem definido, os diálogos são formidáveis, destaco um rapidamente, onde o garoto exposto no programa de reality show e a sua produtora tem um momento breve de flerte, quando conversam sobre o livro O Apanhador do Campo de Centeio, do escritor J.D. Salinger.

Fluídos relata a metrópole paulistana idêntica como ela é. Não cria, somente retrata. Fluídos significa as ações se concretizando a todo instante na cidade mais diversificada do Brasil.

O Refúgio

França, 2009. Direção de François Ozon. Com Isabelle Carré, Melvil Poupaud, Louis-Ronan Choisy, Pierre Louis Calixte, Marie Riviére, Claire Vernet.

O áudio visual imita a realidade, um relato sincero sem parecer piegas em momento algum. O refúgio mostra o necessário para compreendermos a vida.

A vida que contém drogas ilícitas, cuja proibição incita a curiosidade, querendo ou não, é fato consumado, porém divago sobre tal aspecto, quero fortalecer que a nova obra de François Ozon aborda esse tema de premissa e não utiliza do clichê facilmente localizado nas telenovelas brasileiras. É tudo seco, real.

É nessa perspectiva conhecemos o mundo de Mousse (Isabelle Carré) e Louis (Melvil Poupaud), um casal parisiense, viciados em Heroína. Após uma forte dosagem ambos sofrem uma overdose, no entanto, só ele morre. Hospitalizada, ela descobre estar grávida de oito semanas dele.

Ocorrendo uma ligeira pressão por parte da família do ex-namorado, Mousse muda-se para a casa de um ex- amante próxima a beira do mar, permanecendo quase isolado do mundo, visando ter a sua gravidez em paz.

Porém, Paul (Louis-Ronan Choisy), irmão do seu ex-namorado muda-se para a mesma casa, no intuito de passar as férias. Nessa convivência, nasce a descoberta que ambos possuem muitas coisas em comum.

É neste relacionamento que gira as questões da projeção. Será que Mousse está idealizado a imagem do seu ex-namorado na face do seu irmão? A mudança da protagonista é tênue, por meio do reflexo do espelho vemos passo a passo florar a sua nova personalidade.

A trama não fica presa em um mero relato sobre drogas, no conjunto de assuntos abordados, sintetizamos assuntos variados como renascimento, isolamento, reconstrução, relacionamento e liberdade. Basta ver e concluir.

Ao contrário do escrito pelo crítico Rubens Edwald Filho, que dizia que a narrativa é batida e a protagonista é velha, sem carisma algum, reforço que a proposta da produção, não é entreter e sim denunciar ou constatar uma “França contemporânea”, regida pelo conservadorismo, que implica o uso das drogas, é por meio desse retrato a atriz Isabela Carré nos forneceu um show de delicadeza e talento.

Outra vez o cinema europeu saiu na frente em matéria de registro áudio visual. Já sou fã da produção cinematografica europeia à muito tempo, a cada obra assistida necessito afirmar que o cinema feito lá é o melhor do mundo, sem entusiamo, mas as histórias europeias me rendem dias ensolarados.

5 X Favela Agora Por Nós Mesmos



Ontem, li em um jornal qualquer o seguinte parágrafo: 5X FAVELA É ARTE ENGAJADA SEM SER POLÍTICA. Essa é a frase mais significativa para classificar a representatividade do longa-metragem a frente da sociedade brasileira. No decorrer da matéria, o jornalista estava omitindo a seguinte opinião: que a massa precisa fazer a arte voltar a ser arte, ou seja, no entender (pensamento) deste que escreve aqui nesse espaço, a mensagem era assim: a arte precisa parar de escolher seu público especifico, ela precisa ser passiva e ser compactada por todos, deve haver uma disponibilidade geral por parte dela afim de ser entendida e consumida por um maior numero possível de pessoas.

Sejam bem vindos: essa deveria ser a frase slogan da projeção 5 x favela agora por nos mesmos. O projeto produzido pelo cineasta Cacá Diegues, que se baseia em cinco historias localizadas na favela do Rio de Janeiro, todas realizadas pelos próprios moradores do local, agem como se abrissem a porta da própria casa e convidassem seus convidados, no caso o Brasil. Nesse momento não só entramos no cotidiano desses brasileiros como degustamos a sua arte verdadeira. 


Diegues pretendeu com o seu nome a frente desse projeto, reaver o que deveria ter feito desde o inicio, quando ele e alguns cineastas do cinema novo, como Joaquim Pedro de Andrade realizaram a primeira versão do projeto 5 x favelas. A precariedade carioca abordada pela classe media carioca. Quer dizer, nunca assisti essa película, nem demonstro qualquer repudio em torno dela, com certeza, a obra deve conter a sua qualidade. Porém, entendo que um projeto desse porte seja mais adequando, o próprio objeto de trabalho alavancar o trabalho, significando, a própria favela relatar a sua realidade. É o mais verídico que se pode chegar ao relatar qualquer tipo de abordagem, somente quem vivenciou determinado assunto poderá explicá-lo no sentido de realidade livre de preconceitos conservadores.

É essa obra nova, não só consegue se livrar das amarras do estereotipo, como estimula as pessoas fazerem alguma coisa, se reinventarem a todo instante. 5 x favela é um sopro de inspiração e esperança para as pessoas carentes persistirem em seus sonhos.

De antemão gostaria de citar a minha opinião a favor dessa realização representar o Brasil e tentar figurar-se entre os indicados ao melhor filme estrangeiro no Oscar 2011.

Os episódios:
 
Fonte de Renda: Relata a difícil batalha de um jovem periférico de se manter numa graduação em meios a problemas sociais.

Direção – Manaira Carneiro & Wavá Novais
Argumento – Vilson Almeida de Oliveira
Roteiro – Oficina Cidadela/Cinemaneiro (Linha Amarela)


Elenco:
Silvio Guindane – Maicon
Gregório Duvivier – Edu
Hugo Carvana – Dos Santos
Dandara Guerra – Sofia
Sarita Rodrigues – Mariete
Renzo Aprouch & Carlos Eduardo Nunes – Marlon




Arroz com feijão: É a historia de um garoto humilde se aventurando para tentar ganhar R$ 5,00 para comprar um frango no intuito de festejar o aniversario do pai.

Direção – Rodrigo Felha & Cacau Amaral
Argumento – José Antônio Silva
Roteiro – Oficina CUFA (Cidade de Deus)

Elenco:
Juan Paiva – Wesley
Pablo Vinicius – Orelha
Ruy Guerra – Seu Manoel
Flávio Bauraqui – Raimundo
Renata Tavares – Judite





Concerto para violino: Narra à trajetória de três amigos, que nasceram juntos e que escolheram caminhos diferentes quando cresceram.
Direção – Luciano Vidigal
Argumento – Rodrigo Cardozo
Roteiro – Oficina Afroreggae (Parada de Lucas)

Elenco:
Thiago Martins – Jota
Cintia Rosa – Márcia
Samuel de Assis – Ademir
Feijão – Tizil
Edyr Duqui – Mãe
Jayme Del Cueto – Coronel




Deixa Voar: Flavio empinando pipa a deixa cair do lado da comunidade rival, em meio à pressão dos amigos, encontra-se na missão de buscar a pipa.

Direção– Cadu Barcellos
Argumento – Cadu Barcellos
Roteiro – Observatório de Favelas (Complexo da Maré)

Elenco:
Vitor Carvalho – Flavio
Joyce Lohanne – Carol
Luis Fernando – Buiu
Gleison Silva – Rafael
Luciano Vidigal – Pardal
Marcelo Mello – Alex
Zózimo Bulbul – Homem do Bar




Acende a Luz: Na véspera de natal, uma comunidade do Rio de Janeiro permanece sem luz, afim de solucionar o problema os eletricistas tentam consertar o defeito, no entanto, um deles volta pra casa por conta do horário e o outro e permanecido de refém pelos moradores.

Direção – Luciana Bezerra
Argumento – Luciana Bezerra
Roteiro – Oficina Nós do Morro (Vidigal)

Elenco:
Márcio Vito – Lopes   (Prêmio de Melhor Ator no Festival de Paulínia 2010)
João Carlos Artigos – Cimar
Dila Guerra – Lica   (Prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no Festival de Paulínia 2010)
Fátima Domingues – Maria
Roberta Rodrigues – Renata
Josanna Vaz – Angélica






Sem entusiasmo nenhum, 5 x favelas gerou um confronto de mim mesmo. No sentido de inspiração, de faça você mesmo, a boa idéia se constrói na base de disciplina e fé.

Enfim. Todos deveriam assistir.

Cabeça a Prêmio


“Cabeça a premio” marca a estréia do ator Marco Rica na direção de um longa metragem. Trata-se de uma adaptação do livro de Marçal Aquino, no qual o mesmo assina o roteiro.

Na narrativa, conhecemos um lado pouco explorado no Brasil, em termos de dramaturgia, o centro-oeste brasileiro, Mato Grosso do Sul. Onde, dois irmãos prósperos pecuaristas, Miro (Fúlvio Stefanini) e Abílio (Otávio Muller) vivem. Em meio a esse cenário, os dois acumularam uma quantidade significativa de riqueza, entretanto, esse império se deve por conta de um negocio ilícito que ambos mantêm por debaixo dos panos.

Nesse contexto Miro e Abílio (Coronéis) através dos seus campaguas (Cássio Cabus Mendes e Eduardo Moscovis) resolve todos os problemas que permeiam a cidade.

Favorecendo os “negócios da família”, o piloto Dênis (Daniel Hendler) atravessa do Mato Grosso, até a fronteira da Bolívia, carregando a mercadoria ilegal que alavanca o poder aquisitivo dos coronéis. Paralelo a isso, se envolve com a filha do patrão, Elaine (Alice Braga).

Perto de serem descobertos, Denis e Elaine fogem com o dinheiro da ultima mercadoria pra Bolívia. Prato cheio para ambos serem “as cabeças a premio”. Tornam-se o objetivo de encontro dos campaguas.

Nessa linha rural, Marco Rica, segue parecido com o estilo de direção do cineasta Beto Brant, em todos os aspectos, seja na ocupação ou na forma de dirigir. Em determinados momentos parecia ser o primeiro filme dele, “Os Matadores”.

Não gosto muito do primeiro longa de Brant, Mas, acho que a produção de Rica sobressai em relação a esse longa por um aspecto, a escalação do elenco, o principal atributo para a qualidade da projeção, destaco rapidamente Eduardo Moscovis numa interpretação impecável e Alice Braga bela e competente como sempre.

No entanto, “Cabeça a premio” tem o recorrente defeito de um bom filme brasileiro, é uma obra de arte com o intuito de ser degustada por um grupo especifico da sociedade, nem todos ou quer dizer a maioria dos brasileiros que forem por acaso confrontados com essa fita em sua frente, seja por intermédio do cinema ou por DVD, não gostaram do resultado dela. Isso, porque o conteúdo da historia não traz nenhum artifício que chame o público, além do elenco, ou seja, é uma narração fora do interesse dos demais.

Enfim, divago, É isso. Marco Rica estreando bem em seu primeiro filme.

Madeleine Peyroux

Revirando minha discografia musical no computador ontem à noite, tive uma grata surpresa e uma grata lembrança. De bode, em casa, querendo ficar sozinho comigo mesmo, me deparei numa pasta onde estava “Madeleine Peyroux”, uma cantora de jazz nascida na Geórgia. Desconhecida ainda no Brasil.

O mais incrível que caio direto nessas armadilhas, isso porque faço muitos downloads e acabo sem tempo de ouvir mais de uma vez. Após ouvir as faixas do segundo álbum (Careless Love) da cantora, lembrei da razão de eu ter baixando.

Foi por acaso, navegando no Last FM. Enfrentando um dia parecido com o de ontem, cliquei em uma opção do site que sintonia uma estação de radio especifica, basta escolher o gênero, que ira surgir os principais artistas dentro deles. Madeleine Peyroux foi a segunda artista que tocou.

Deitado na cama quase dormindo, ouvindo de longe o eco da sua voz doce em ritmo de Jazz, levantei e fui sanar a curiosidade apresentada. Não deu outra, sentado na cadeira fui à procura de um álbum disponível para download.

Só que alguma coisa aconteceu, Peyroux foi para o banco de reservas. É, musica pra mim funciona como remédio, depende do estado de espírito de cada dia. Felizmente, consegui a tempo de corrigir a burrada.

Ela, Madeleine é uma espécie de cantora de um jazz suave. No contexto musical só o ritmo já eleva seu estado, se contém uma alma feminina adocicada preenche todas as lacunas. Com um vinho no copo e a sua paixão presente num mesmo espaço, a certeza de bons momentos torna-se real.

A vida é assim, muitas vezes basta uma bela musica para agradar o seu dia.

Recorrendo ao meu amigo Wikpédia, conferi de relance a trajetória da cantora. O fato é que ela passou por bons bocados, desde cedo na musica, era promessa, se tornou realidade quando foi descoberta pela revista americana Time, houve uma pausa por enfrentar uma doença nas cordas vocais, o anonimato surgiu novamente, no entanto, em meados 2003 retomou a atividade musical, gravando o álbum (Careless Love), que contém alguns covers, de Elliot Smith a Bob Dylan.

Ela totaliza quatro albuns, três covers com algumas autorias e o recente inteiro de autorias próprias.

É isso, pra quem gosta de um bom e velho Jazz, a dica é essa.

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