Porque eu acho o Pânico na TV um programa melhor do que o CQC


Há exatamente dois ou três anos (não recordo muito bem) odiava o Pânico, preferia assistir Zorra Total ao ver o programa dominical da rede TV e o oposto ocorria com o CQC, lembro de sua estréia que me encheu os olhos, tinha cá pra mim, na época, que se tratava de um dos melhores programas já feitos na TV brasileira.

O que mudou? Pois é, o tempo mudou, as coisas mudaram, o ser humano é um instrumento recorrente de mutação. Em tempos da volta do programa de segunda feira da TV Bandeirantes, resolvi apontar por que o Pânico é melhor do que os garotos de Marcelo Taz.

Para ficar bem claro: é preciso constatar que ambos os programas são distintos, possuem pequenas singularidades, porém, para por ai.

No inicio do CQC houve muitas comparações com o humorístico da Rede TV, que naquele instante se encontrava solidado e bem estruturado com a audiência, refletindo num desgaste que o Custe que Custar teve que correr atrás para deslanchar e gerar sucesso. Porém, a onda de êxito trocou de lado, de um instante pra outro, os homens de terno conseguiram o apoio do publico e o a galera da xuripita (que na época nem existia esse termo ainda) ameaçava entrar em decadência, no sentido, de estar com a fórmula desgastada, já que o quadro do repórter Vesgo e o Silvio Santos não estava agradando o telespectador como antes.

O humorístico da Band se tornou sinônimo de humor inteligente, causando o começo da merda e o Emilio Surita junto com a sua trupe conseguiu redescobrir o ponto alto do seu programa, refletindo em um dos melhores programas da atualidade, de competência (bem realizado).

Quando coloco um adjetivo de baixo calão para se referir ao programa de segunda feira é porque não o reconheço mais, pra mim a gênese do ótimo conteúdo televisivo que havia nascido com status de promissor morreu. Também não acho a atual produção ruim, dentre as limitações e o egoísmo da televisão brasileira passa com glória.

Só não entendo o porquê de tanto alarde por parte do telespectador em colocar o programa em um pedestal, acima de tudo que existe na TV, demonstrando a incrível imaturidade receptiva.  Isso é devido ao “intelectualismo” que dizem existir por parte dos humoristas da Band. O humor é um leque amplo de possibilidades, no entanto, não contém rotulações, não existe piada inteligente ou piada burra, o que se tem é bom ou ruim. Nada mais. É outra precisa acabar com essa história de que o humor feito no CQC precisa conscientizar o público, pelo contrário, o objetivo é fazer as pessoas sorrirem, somente, se atravessa esse sentido, não é humor.

Agora coloco a razão de achar o Pânico melhor do que o Custe que Custar: o primeiro completa-se diante da imensidão do humor, se tem quadros variados, piadas diversas e possibilidades distintas, o segundo segue numa mesma linha, a stand up, com tiradas rápidas e só. Eu como espectador que quero sorrir e não quero me informar com um programa humorístico, porque sei que isso não faz sentido, prefiro o programa que me propõe mais opções, que coloca diferentes alternativas para o meu entretenimento. Tornando-se assim no humor, um programa mais completo.  

O que me deixa um pouco desolado, são as pessoas colocarem essa carga terrível de gênero educacional em cima de uma linha humorística, sobre tudo depositarem uma idolatria infantil, parecida com a que existe no programa do Jô, uma falsa reação (constatação) rodeado de ilusão, também não acho o talk show de entrevistas do Jô ruim, no entanto, tenho o equilíbrio de saber que não tem nada de surreal na sua ação, diga-se de passagem, a péssima entrevista que concedeu com o diretor Francis Ford Coppola, sendo uma catástrofe, a evidência de um apresentador perdido diante de um convidado. Que ver um exemplo de programa de entrevistas superior que esse? É não possui o mínimo de prestigio e apelo que o da Rede Globo tem: Provocações na TV Cultura, com Antonio Abujamra, muitos não conhecem, nem sabem o que significa, porém foge do convencional, excelente exemplo de entrevistador e entrevistados.

Não recuso nenhum comportamento televisivo, no sentido de julgar, não tenho essa pretensão, tenho por mim a certeza que cada caso tem sua particularidade, só detesto alarde, falsa movimentação, se quer assistir assista, só não promova, achando que está fazendo o melhor dos feitos. Gosto do Pânico, porque eles não se camuflam no meio de rótulos tolos, afirmam e dizem, somos entretenimento, muitas vezes de baixo calão, porém cumprimos com o objetivo que é fazer nossa audiência sorrir.

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