Carta Aberta pra Tulipa


Tulipa cante, cante mais, me perdi no seu aroma invisível e não quero ser chamado pra acordar. Se desafinar não reparo o ocorrido, digo mais, evoco palavrões se tiver gente falando mal aos quatros cantos de sua doçura. Oh Flor, minha linda tulipa, ouvir o seu cantar já me deixa feliz. Embora esteja nos seus versos há um ano exatamente, não vou mentir, teu amor é dividido, por demais fui adormecido e no caminho entediante dos trilhos do viver encontrei uma certa Gullin, na ocasião que nada parecia sair da rotina chegou Thaís prevenida, na medida segurando minhas mãos, sem apoio do escribas, me levou ali no mundo de Alice, voando no tapete voador sem desculpa interrogado pelo olhar certeiro do ferroviário respondi aham aham. Ouvindo estou aprendendo aos poucos que prefiro os nossos sambistas as besteiras americanizadas. Hoje bebo açaí, larguei a coca-cola já faz dois dias, eu sei to ligado, decisão repentina dá nisso, sem crédito para reação. Reaja criatura divina, mostre seu lamento, além do mais, não é só de ôÔÔôôôÔôô que a gente vive, se estou atolado na lama sentirei a meleca até o calcanhar. Lendo meu jornal recordo, sou Eugênia. Barbara aqui, lá, co lá, no andar cansaço do compromisso de abrir a fechadura e encontrar o meu banhar, limpando a lama do ouvindo, sinto agradecido de ter sido apresentado ao cantar dessa galega, glorioso, o tempo é mesmo curioso só depois de revisitar uma mesma canção que lembramos que não somos mais aquele menino que um dia andava pelo asfalto de toda vida, amigo, precioso, o tempo, fica nos observando, no instante mais íntimo de nosso viver, deixando de fora aquela mágoa vencida que ficou pra traz. Eugênia séria ser poeta? Enquanto meu vizinho sente o conforto de um automóvel eu não acelero as conquistas, paciente faço igual o tempo. Espero ouvindo, sentindo o gole dessa vida cantada. Já confesso que estou indo longe demais, logo agora, chegaria numa história de fogo, derretido por esse amor, esquece-te desse penar, ajoelhe-te, chupa-me e agradece a quem te machuca por essas confissões. Eu sei Deus dói demais, mas o melhor ainda é se queimar do que viver numa solidão radiofônica. Minha brava brasileira se o acaso me fez ser Negrine no ouvindo há de ser por causa de Alessandra, imagine só, seguimos pelo meu pensar que a exclusividade só acaba dando certo no sonhar. Por uma faixa fui fascinado pelo talento da moça que nem exerce o seu cantar. Como é gozada toda essa cachaça, esse giro e o amor. Não sei ser, não tem latido que faça só te escutar. Às vezes quando segue o silêncio do intervalo do seu repertório caminho pelo corredor do meu aparelho, viro a esquerda e volto pra Céu, vagarosamente no cangote me achego no silêncio no espreguiço desse orgasmo vocal. Ual, chego à parte mais íntimas da minha carta aberta. Debruço-me no minuto que não vou mais relatar nenhum sonho egoísta da minha parte. Alias vamos ser sinceros, prometo que não carece arrependimento na leitura, antes do derradeiro, prossigo diante dessa minha vontade involuntária de não acabar o inacabável, o nome é Gal, estranhamente pela Costa obtive notícias do vagabundo do meu coração preenchido pela maturidade descoberta, não faltando esperança num momento em que se quer guardar o mundo em si próprio, o vulto sonoro dessa mulher faz meu dia ter tudo o que quer. Falsa baiana que me engana ficando parada no samba, não mexendo e nem nada, tu não sabes deixar a mocidade louca, mas o destino é cruel, com esse passado não é que me faz apaixonado. Eu não rio porque sou São Paulo. Vou estacionar sem carro, por hoje a escrita dorme, mas sigo viagem, mesmo parado terminando minha confissão. Poderes que vão além do meu ouvido alimentando a minha alma. Não ligue Ruiz, só te divido, mas mesmo sendo adormecido quero te ouvir. Muito mais. Lembre-se que fui apresentado para seu jardim no dia que deixava voar o passarinho chamado Tié. Abraços e beijos de quem sonha e vai continuar sonhando com tua flor musical.

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