Lançamentos musicais que empolgam ou não!

 De dois meses pra cá, houve um boom de lançamentos sucessivos de álbuns no mercado musical nacional e internacional. Diante da notícia nada de novo, há nisso uma tradição que ocorre há séculos, com tudo, esses dois meses pra mim se tornaram especiais, muita coisa nova e que esperava, enfim ganhou forma e pude comprovar ouvindo.

No inicio de março existiu a comoção quase unânime de notar que a banda americana The Strokes, lançava seu quarto e aguardado álbum após quatro anos de recesso, “Angles” que foi comentado por aqui e ainda não saiu do meu celular, prova de que pra mim esse trabalho ainda figura obsoleto como o melhor do ano.

O velho trio REM na metade de março também apareceu em cena para lançar o “Collapase Into Now” – o décimo quinto trabalho da banda e nesse Michael Stipe fez questão de gravar só musicas inéditas, porém, sou saudosista no que se diz respeito ao trio, não curti muito o lançamento, fiz questão de guardar na gaveta, para um dia, quem sabe dar uma segunda chance.

Se existia o projeto que esperava ansioso para conferir era “A coruja e o Coração” da cantora paulistana Tiê, que depois do seu primeiro trabalho “Sweet Jardim”, me fez tornar fã incondicional, por causa do seu carisma e sensibilidade inserida na suas canções, que são de própria autoria, algumas dividindo entre parceiros, um deles o amigo e cantor Thiago Pethit. Mas, existia uma total ansiedade para rever o fantástico mundo da cantora, portanto, se concretizou e o álbum chegou, trazendo a certeza de que o primeiro tem uma superioridade difícil de ser refeita, em compensação, a voz delicada e algumas leituras de canções de outros artistas fazem o segundo LP ser competente e prestigiado.

Acho válido citar a estréia solo do multi-instrumentista, Domenico Lancelloti, conhecido por ser colaborador de diversos músicos e também integrante da “Orquestra Imperial”, em seu primeiro disco solo, lança uma obra quase cinematográfica, “Cine Prive”, que segundo o também cantor Rômulo Frôes em um artigo escreveu que o músico flerta a todo o momento com um personagem criado musicalmente, em que o método sonoro cinematográfico se reverteu, a trilha sonora estava aparecendo antes do filme que nem sequer existia, em outras palavras, Lancelloti criou os personagens para um filme que não foi realizado. Particularmente, me senti motivado em ouvir esse álbum, (no qual ainda não tive a oportunidade fazê-lo), por influência direta de Frões.

Escrevendo na semana de seu burburinho e do seu lançamento, a segunda obra de Marcelo Camelo, “Toque dela” pode ser entendido como um trabalho de continuação, como se fosse a segunda parte do “Sou”, um dos motivos por achar isso e pelo titulo que o cantor escolheu dar, quando penso em “Toque Dela”, querendo ou não, enxergo a figura de sua namorada “Malu Magalhães", a outra razão é que musicalmente o trabalho inteiro percorre como uma resposta para composições do primeiro, como se no primeiro a solidão fosse o mecanismo inspirador e no segundo o amor rebate esse estado só (ou seja, uma evolução concreta ocorreu). Logo de premissa: ele versa cantando que triste é viver de solidão, se fazer o exercício de recordar, notaremos que na primeira faixa de “Sou”, ele canta, que todo amor encontra sempre a solidão. Além de outros mecanismos sutis, no entanto, Camelo mostra para quem é fã de Los Hermanos, que o pior não ocorreu com o fim da banda, pelo contrário, testemunhamos o nascimento de um letrista ágil é leve, por meio de sua intimidade chega ao denominador comum e se torna abrangente sendo singular.   


Quase colado com o “Toque Dela”, houve o ressurgimento de Dave Grohl e sua trupe, depois de um ano e meio sem aparecer, o Foo Fighters trouxe o seu sétimo disco, o “Wasting Light”, que traz o que a banda sabe fazer de melhor, não inventar e tocar a forma simples do Rock “N” Roll. Barulhento, dançante, inspirador, Foo Fighters aparece novamente no circulo central do cenário musical e tem grandes chances de ser considerado um dos melhores lançamentos do ano. A boa é antiga formula de se tocar sem ser levado a serio e isso, Grohl sabe de sobra.

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