O plano que deu errado:
Segunda feira havia programado assistir “Copia Fiel do cineasta Abbas Kiarostami", pela 34° edição do festival de Cinema de São Paulo de 2010, portanto, estava apreensivo diante da conclusão de determinado plano. No entanto, é sempre tem esse, no entanto: descendo a escada e se aproximando da bilheteria do Cine Livraria Cultura me deparei com um bilhete de um tamanho suficiente para brochar qualquer um que tinha a mesma intenção que eu de comprar aquele ingresso, o tal bilhete tinha as seguintes palavras: “Copia Fiel – 17:50 – esgotado”. Pensei puta que pariu, vi aqui a troco de nada, nem fudendo vou ficar esperando até as 20 horas para assistir a próxima seção que era: Bróder.
E, detalhe naquele instante, o relógio apontava as 17:00 horas.
Andei pelo corredor do Conjunto Nacional e pensei de novo: há se eu conseguisse assistir outra seção a tempo de estar presente para as 20 horas, sendo assim, cosegueria assistir dois filmes. E, foi isso que aconteceu, dei uma olhada rapidamente no guia de da amostra, é iniciei a procura de uma produção que possibilitava a manobra.
Fui parar no Cinema Unibanco Arteplex da Augusta de baixo. A película em questão era: Anjos de Asa Suja, uma produção Alemã, dirigida por Roland Reber.
É o filme começa:
Cinema lotado historia começa: a qualidade da obra era próxima de um vídeo caseiro, sem brincadeira. Assim, os primeiros créditos aparecem sob a tela. O plano aberto do inicio me faz lembrar do longa metragem “O declínio do império americano”.
As personagens aparecem: Lucy (Antje Mönning), Michaela (Mira Gittner) e Gabriela (Marina Anna Eich), trata-se de anarquistas que auto classificam-se “anjos”, andam por ai sem destino em suas motos, sem regras, com o único intuito de adentrar em um mundo prazeroso.
Na verdade, nesse inicio, Lucy que é a protagonista ainda espera cair nas graças da dupla e assim conseguir de fato entrar para a turma das “luluzinha revoltadas alemãs”.
As meninas preenchem sua vida, lendo livros, fazendo ensaios fotógrafos e andando de moto.
Se forem realmente anjos, a metáfora é a seguinte: as motos são para elas as suas verdadeiras asas que indicam o poder de serem donas de suas próprias vidas.
Depois de a dupla deparar com o conteúdo escrito no diário pessoal de Lucy, elas exige da dona uma prova de força para fazer o ritual necessário para ser aceita.
Pilotando seu jipe só de lingerie rumo ao lago da cidade, no local, tirar a roupa e nadar pelada. Eu sei, loucura, mas isso acontece.
A partir desse ponto: a protagonista entra em um mundo sem leis, numa exploração do sexo sem limites, sem amor, visando o prazer próprio. A dupla nutre um sentimento de curiosidade em torno das atividades da amiga, sempre observando as relações amorosas dela.
Com diálogos atravessando uma linha tênue do curioso para o repugnante, a narrativa passeia pela descoberta interna da própria Lucy, no sentido da sua própria verdade, da verdadeira essência dentro dela. Ela deixa bem claro quando canta mais ou menos assim: Eu não sei quem eu sou...
Lucy - Michaela - Gabriela sentadas sendo responsáveis pelos seus próprios destinos
Em outra fala, Michaela diz: Somos Anjos, filhos de Deus, estamos na terra há muito tempo, o próprio se cansou de ficar lá sem fazer nada, nós que estávamos cansados também, fomos embora, encontramos aqui (Terra) o nosso lar e vivemos pelo prazer, sendo assim a nossa forma de protesto.
Aplicando o desapego a todo instante, sozinha a protagonista descobre quem ela realmente é: nessa hora, ela já pode ser declarada um Anjo de Asa Suja.
Maluquices Finais:
O longa-metragem terminou bem antes do previsto, com isso caminhei tranqüilamente na direção do outro cinema a tempo de assistir a seção das 20 horas do filme Bróder.
Enquanto a produção alemã. Eu não tenho o porquê de criticar escancaradamente ela, pelo fato da sua trama ser um tanto diferente. Quero assistir mais filmes diferentes, sou diverso em relação ao cinema. É um bom exercício ver obras com intuitos que passam longe do convencional. Valeu a experiência.
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