Band of Brothers: um meio criticismo

Antes de dar início a um conteúdo neste blog, gostaria de agradecer ao meu amigo de profissão, Romulito, grande jornalista e cinema reviewer, que me permitiu escrever nesse importante canal. E também me apresento de uma forma breve e sucinta: meu nome é Márcio Ikuno, mais conhecido nas redes como Yukio Ikuno. Blogueiro e Twitter freak, fotógrafo nos tempos livres e analista de mídia nos tempos ocupados, numa agência de estratégia online.

Você, leitor, poderia se perguntar, mas o que esse cara tem a dizer sobre cinema? A grande questão é que não sou de fato um crítico de cinema, como apresenta a especialidade deste blog, contudo, possuo algumas observações que, de alguma forma, podem acrescentar ao conhecimento de cada leitor interessado nesse seriado (Band of Brothers) e, dessa maneira, humildemente poder contribuir com o que for possível.

Muito bem. O seriado, divido em dez capítulos, é baseado em um destacamento do exército americano, o Easy Company, integrante da 101ª Divisão Aerotransportada, durante a Segunda Guerra Mundial. Narra a campanha desse grupo desde a preparação em Toccoa, Estado da Geórgia nos EUA, até a tomada do Ninho da Águia, a fortaleza de Adolf Hitler nos Alpes em Berchtesgaden, Alemanha.  É uma produção de Tom Hanks e Steven Spielberg estreado em 2001 no canal HBO. Devemos lembrar que todo seriado foi baseado na obra Band of Brothers, de Stephen E. Ambrose.

Após o épico ‘Saving Private Ryan’, consagrado de 1998, também uma grande produção que preencheu o “palco” da academy awards, enxergo que ‘Band of Brothers’ veio para complementar a narrativa e, até podemos dizer, veio para trazer visões da própria história em seus diversos aspectos (evidentemente, com um toque de Hollywood).

Na própria intenção de produção, enquanto ‘O Resgate do Soldado Ryan’ acontece inicialmente na praia de Omaha e entre outras que interligam e circundam o Canal da Mancha (entre Inglaterra e França), ‘Band of Brothers’ insere-se numa investida, no mesmo período, via ar, adentrando as linhas inimigas, acima de um fogo cruzado das baterias antiaéreas alemãs. Essa iniciativa da continuidade da narrativa complementa uma ampla visão das proporções que a guerra havia tomado no território europeu, de forma que, de alguma maneira, situa o telespectador tanto ao tempo quanto ao espaço.

Tente visualizar o início das investidas militares norte-americanas e britânicas no dia 6 de junho de 1944, mais conhecida como D-day ou Dia-D. Centenas de navios cruzando o Canal da Mancha para se aproximarem das praias francesas, onde os nazistas estão fortemente instalados; fragatas e transportes são deslocados para proteger e desembarcar os soldados em toda encosta; os navios seguem a bombardear mais adentro a fim de minimizar o contingente alemão nos bunkers e, enfim, assim realizar a grande invasão. Durante essa invasão terrestre, pense no capitão Müller (Tom Hanks), em ‘O Resgate do Soldado Ryan’. Pensou? Muito bem.

Após momentos calculados, os aviões, caças, bombardeiros e transportes também se locomovem ao local, no entanto, os transportes seguem para despejar centenas de milhares de soldados pára-quedistas adentro das terras francesas, iniciando uma ocupação de dentro para fora – e de fora para dentro. Visualizou? Pois bem. São justamente desses transportes aéreos que o destacamento Easy Company e diversos outros saltam e realizam suas missões. Enquanto ‘O Resgate do Soldado Ryan’ executa a missão em terra, ‘Band of Brothers’ o faz a partir do ar. Por isso afirmei ser uma continuação, uma junção das duas produções.

Devido aos consagrados cérebros produtores desse belo e emocionante espetáculo cinematográfico, ‘Band of Brothers’ é marcado principalmente pelos depoimentos dos ex-combatentes que, ao mesmo tempo, estão ativamente ali representados. Essa característica marcante propõe veracidade e maior emoção. Ao ver um senhor de idade se emocionar ao trazer à memória suas experiências de guerra, irmãos de armas caindo ou sendo amputados por minas terrestres etc., nos comove definitivamente. Logo, a participação do telespectador é cativada pela emoção nesses grandiosos detalhes e também pelas cenas repletas de ação.

Raciocinemos. É uma narrativa; é um seriado; é cinema; é Hollywood. Logo, embora seja baseada em depoimentos, devemos nos lembrar dessas características que marcam sutil ou extremamente o desenvolvimento do todo. Então, é lógico que não vamos chegar e dizer: “olha! Foi realmente isso que aconteceu!”. Toda narrativa como é sabido possui sua espetacularização. Mas, também não tenho a pretensão de fazê-los pensar que só porque é Hollywood é blábláblá. Nada disso. Houve uma extensa pesquisa histórica, desde cartas, arquivos de Estado, jornais, publicações, depoimentos e entre outras fontes que proporcionaram toda apresentação do conhecimento de mundo e cultural dos fatos.

Bom, no mais, sobre as questões técnicas, não posso falar muito porque entendo pouco. Em todo caso, eu, sendo um fotógrafo aprendiz, tive um delirante apreço pela fotografia distribuída em toda série. Não tem como negar, os enquadramentos, a produção no geral me fez pausar diversas vezes para vislumbrar tamanha beleza do olhar fotográfico da direção artística e cinematográfica, composta por Remi Adefarasin e Joel J. Ransom.

Já outro aspecto lógico que me fez parar e filosofar foi a narrativa propriamente dita. Para cada capítulo houve um diretor diferente, digo, para quase todos. Essa diferenciação fundida tornou muito mais espetacular a proposta de cada capítulo. Compreendo que a linearidade da narrativa para uma só direção possui um desdobramento natural, no entanto, uma linearidade composta por diversos diretores, sinceramente, não é nada simples. Vê-se claramente que não há quebras abruptas entre um capítulo e outro. Logo, elogiemos essa arte dos bastidores.

Daqui para frente minhas observações sobre o filme se esgotam, então, fica com você esse modesto artigo. E, caso não tenha assistido essa magnífica série, encorajo-o: assista. Vale a pena.

Aqui me despeço.

Obrigado.
@yukioikuno

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