A Origem

A origem é uma viagem. Argumento sintetizador para nova obra de Christopher Nolan.

Nessa película, Nolan, conseguiu o imprescindível novamente, criar um blockbuster Cult ao alcance de todos os públicos, ou seja, até esse exato momento, o longa agrada uma quantidade diferenciada de admiradores da sétima arte. Vi, ou melhor, li um percentual esmagador de criticas positivas em torno da obra em questão.

Após, o longa antecessor: Batman- o Cavalheiro das Trevas, adorado pela maioria, Nolan, ganhou certo status no mundo cinematográfico, antes mesmo do lançamento de “A Origem”, o projeto já havia criado um certo burburinho entre os internautas, dando indices pela premissa que estaríamos evidenciando um divisor de águas na cultura cinematográfica, isso, pelo trailer arrebatador circulando no mundo online por meses. Seria contraditório, visto pelo material revelado, se a projeção não fizesse jus à expectativa gerada.

Bem, digo por mim, realmente, aquele trailer me enganou em determinados pontos, argumento isso, por ter me encantado com uma cena que vista naquele instante, havia me rendido a certeza que o filme seria extraordinário, é na verdade foi, no entanto, quando estava na seção é vi que a cena que tanto esperava era uma mera ilustração, sem razão determinada para acontecer, uma simples decoração na trama, fiquei um pouco decepcionado.

Entretanto, esqueci desse fato, e comprei a idéia da projeção é sinceramente, testemunhei uma obra-prima, que soube mesclar diferentes talentos reunidos num mesmo espaço.

Começaremos por descrever os talentos por trás ou pela frente em “A origem”.

Christopher Nolan: Diretor em ascensão, um dos queridinhos de Hollywood, sua filmografia reflete a sua competência, a sua principal façanha e trazer o super herói Batman de volta as paradas de sucesso, criando uma obra prima em Batman- O cavalheiro das trevas, além de ser roteirista também, é não deixar nenhuma lacuna em seu novo projeto.

Wally Pfister (Diretor de Fotografia): Parceiro antigo de Nolan, em “A Origem”, seu trabalho é impecável, apesar de o filme estar rodeado de efeitos especiais, sua fotografia tem um ar de urbanização.

Hans Zimmer (Criador da trilha sonora): Gênio, a sua trilha sonora densa, cria todo o drama que por si só já é drama, com a trilha dele de fundo, deixa nossos corações em pranto.

Lee Smith (Montador): Não o conhecia, acompanha o diretor desde suas produções serem distribuídas pela Warner, nesse, seu trabalho é magistral, montagem padrão Nolan de qualidade, o começo é o final, o final é o começo.

Recursos Técnicos: Por falta de nomes, queria colocar que esses caras envolvidos nos efeitos especiais, são donos de um grande percentual da qualidade que a projeção nos mostra ao longo dos seus minutos, mais acima disse que fui seduzido por uma cena épicas no trailer e que ao longo do filme, era mera decoração, exato, porém se analisarmos em termos técnicos, é uma cena esteticamente incrível, responsabilidade dos profissionais por trás dos efeitos.

Elenco: Um time de estrelas. Dos mais conhecidos aos menos desconhecidos, todos excepcionais.

Leonardo DiCaprio: Vive Don Cobb: Leonardo DiCaprio há muito tempo não escolhe papel ruim, quer dizer para mim, fã confesso do ator, sua filmografia é perfeita, o astro já trabalhou com os melhores diretores de Hollywood, dos mestres Spielberg a Scorsese, ao underground Danny Boyle.

Joseph Gordon-Levitt: Vive Arthur: parceiro de DiCaprio no filme, há muito tempo figura entre as promessas da indústria americana, porém desde o seu último trabalho, 500 dias sem ela, se torna uma realidade, é esta excelente em “A Origem”, para mim, a melhor cena do filme e de antemão uma das melhores da historia do cinema, é quando ele desrespeita a gravidade, é pega o seus companheiros em pleno sono e luta contra os protetores do sonho.

Ellen Page: Interpreta Ariadne, uma estudante de arquitetura: A Juno cresceu e reforça sua competência, faz ótimas cenas com DiCaprio e Gordon-Levitt. Nessa obra ela simboliza a platéia, fazendo as perguntas, que certamente todos queriam fazer.

Marion Cotillard: Interpreta Mal: sou fã dessa garota, ela faz a atuação parecer uma simples brincadeira. É no filme, ela é uma espécie de vilã às avessas. Excelente.


Michael Cane: interpreta o pai de Cobb: Já se tornou parceiro de Nolan, talvez apareça três cenas ao todo no filme, mas é gênio, um dos mestres do cinema.
Tom Hardy interpreta o “falsificador” Eames, não o conhecia, é Dileep Rao, outro desconhecido, interpreta o químico Yusef, fazem um bom papel.

Ken Watanabe vive Saito e Cillian Murphy vive Robert Fischer, figuras carimbadas em Hollywood, também exercem ótimos papeis.

Destaque também para Tom Berenger (Browning) que é o Tio (empregado) de Robert Fischer. É para a participação do veterano Pete Postlethwaite que interpreta o pai de Robert Fischer.

Non, jê ne regrreite rien, musica épica de Edith Piaf, inserida em algumas cenas, como forma de informar que estava próxima a hora do chute (hora que acordam do sonho), é um dos grandes momentos.

Don Cobb e seu parceiro Arthur trabalham como ladrões de informações, no entanto, para esse trabalho ser concluído, necessita da entrada deles no sonho da vitima, para assim roubar a informação no subconsciente.

A trama ocorre quando Cobb e Arthur estão na mente de Saito, no intuito de roubar uma informação, todavia, Mal, ex-mulher de Cobb estraga os seus planos, tornando-se uma espécie de fraqueza para o protagonista nessa ocasião e ao longo da projeção.

O que não estava explicito que aquele trabalho era um teste para os planos de Saito, no qual implica inserir informações no cérebro do empresário Robert Fischer, para anular uma ação que esta destinada a acontecer. Para esse feito inovador em termos de parâmetros do subconsciente, Cobb lidera com a promessa de receber a liberdade que tanto almeja é viver sua vida sem adentrar nunca mais em mentes alheias. Com isso, monta uma equipe de confiança para a ação que mudaria a vida de todos para sempre.

O longa metragem é uma viagem, é necessário e obrigatório a atenção concentrada nos mínimos detalhes, porque, caso seus olhos desvirem da tela, o risco de permanecer perdido a caminho dos créditos finais é altissimo, meu pai que o diga.

Cobb simboliza o homem moderno, perdido em torno dos simulacros da vida. Há muito tempo sem diferenciar a realidade e a fantasia perante o que a mente ordena. Refém do próprio sonho, escravo de uma mente que lhe diz algo, mas não condiz com a verdade, manipulado por diferentes fontes. Bom, a projeção me disse isso, pelo menos, senti algo nesse sentido. Que o poder da mente é incrível, que muitas vezes, o que vivemos não passa de sonhos temporais, momentos breves, que de acordo com a nova percepção atinge uma magnitude determinada e de acordo com a percepção alheia simboliza outra forma. Diria que a obra de Nolan fala de percepção, nada é concreto, mas sim interpretado.

O final da projeção conclui e abre espaço para diferentes interpretações. Isso de longe e de perto é genial. O ápice de um criador, a democracia de conclusões.

Além da excelente temática, “A origem” mostra o quanto longe a sétima arte pode ir, quando entramos na sala de cinema, estamos alheio ao exterior, estamos dormindo, sonhando, às vezes temos belíssimos sonhos, noutras acontecem pesadelos, mais necessitamos do sonhar, seja cru, seja surreal, é cinema. O mestre Felini já dizia, que cinema é a forma mais divina de falar da verdade, uma verdade que é ficção, o que na verdade é sonho.

O sonho é que vivemos, e sempre haverá simulacros, onde eu moro, convivo com pessoas que vivem o que a mente deles determinam viver, se ofuscam de muitas coisas, talvez eu seja um desses também, talves todos vivemos como a nossa mente determina, e a minha mente é cinema. “A origem” reforçou o tão maravilhoso é entrar numa sala escura, escolher uma cadeira no meio de alheios e se deliciar, com sua pipoca ao lado das pessoas que ama e adentrar numa verdadeira experiência.

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