Harry Potter e as Relíquias da Morte - Parte 2, 2011, Inglaterra

Há exatamente um ano, nesse mesmo espaço, escrevia todo o meu descontentamento pela decisão da Warner Bros em dividir a última história do bruxo Harry Potter em duas partes, naquele momento dizia que a primeira parte do filme era muito fraca e cheirava a más intenções, sendo que tamanho egoísmo ocasionou um desconforto na primeira parte da história, que ficou lenta e com uma extensão forçada, com outras palavras encheram lingüiça com o intuito único de aproveitar um pouco mais do lucro da sua galinha dos ovos de ouro.
Passado um tempo, continuo com o mesmo pensamento em relação a primeira parte do final, no entanto com um adendo, também havia previsto a certeza de que a segunda parte faria jus a qualidade construída dos antecessores, ou seja, fabulosa e assim ocorreu. A melhor saga da história do cinema terminou da melhor forma que poderia ter acabado - com um fim maduro e sem possibilidade de um amargo na mente (história).
Deixada de lado as previsões, vamos ao que interessa: a saga em si, foi uma década passada, conseqüentemente uma geração cresceu acompanhando as histórias, no total do saldo: são sete livros e oito filmes, sem falar nos produtos associados a marca que geraram um império.
Literalmente a maior franquia da história do cinema em precedentes, arrecadou mais dinheiro que qualquer outra série: um fenômeno.
Se falarmos da trajetória da série, enxergamos pontos interessantes, principalmente, quando reparamos no continuísmo do elenco. Comum na indústria do showbusiness, a vaidade nunca foi demonstrada por qualquer integrante, seja a relevância que exerce, notamos que a união do grupo é o responsável direto pela coesão do sucesso da franquia.
Embora os demais (os anti-Harry) ainda associem o personagem da escritora J.K. Rowling, como produto infantil, a própria trama desmitificou a bobagem. Se no primeiro, temos a pedra filosofal do diretor Chris Columbus, que remete ao universo fantástico, diretamente voltado para a criançada, acompanhamos os passos seguintes, precisos, uma evolução natural, como a que ocorre com o ser humano. A maioridade se prova, quando notamos o tom sombrio dos filmes no comando do diretor David Yates.
O público de fato cresceu com Daniel Radcliffe e sua trupe, passaram pela infância, viram a pré-adolescência, chegaram à adolescência e como as relíquias da morte pararam na fase adulta. Uma fase sombria. Parado e sem movimento a saga vira história, o publico inicia a fase adulta, como deve ser sem olhar para trás, sem a necessidade de continuísmo eterno, o fim ocorre da forma natural como as coisas devem ser.
Particularmente, como um fã da magia do cinema e o seu poder, não podia ficar inerente a esse fenômeno, sempre gostei e não acho ter sido uma perda de tempo ter assistido aos filmes da saga, pelo contrario, a competência da produção é tão legitima e sem aberturas para erros, que chega a ser um absurdo o levantamento de qualquer suspeita contrária da eficiência do mesmo, principalmente, de quem gosta de produções cuja temática seja parecida como o Senhor dos Anéis, penso cá, que seja pobreza de espírito.
Voltando ao capitulo final em si, a maturidade da narrativa me chamou a atenção. Se houve o erro mercadológico de dividir em duas partes o filme, acertaram em cheio na condução do encerramento.  A história insere elementos espertos que estão em escassez em outros roteiros do mesmo gênero, por exemplo: a delicadeza no tratamento de questões que caberiam e poderiam passar despercebidas por se tratar de um filme fantasioso, como o esgotamento evidente das batalhas e a percepção dos protagonistas em relação a degradação do ambiente em que estão, perceba na maioria dos filmes de guerras e derivados, cabe fantasia  também nesse baú, vide a porcaria que é Piratas do Caribe, que poucos são os momentos em que o personagem consegue tempo para respirar e perceber o que ocorre ao seu redor. Ok, isso é o mínimo e a ausência do recurso não determinaria a ineficiência do mesmo, porém, podendo permanecer na zona de sucesso que está e sem compromisso com a realidade, a produção alcançou um diferencial, saiu do convencional do gênero. Sendo assim a história de Potter não só sai do status de fenômeno para se consolidar como um do melhores filmes da cinematografia mundial, além de ser a maior saga da sétima arte, em diferentes aspectos, financeiro e qualitativo.
Continuando na seriedade da produção, as ações secas, no sentindo de incentivar a racionalidade no espectador, a ausência da banalização da tecnologia, tudo ocorrendo há seu tempo, poucas coisas jogadas ao ar, tirando uma pequena trapalhada, referente ao desfecho do personagem Neville, tirando a pequena falha ou não e ainda depende muito do ponto de vista do receptor, o proveito foi quase cem por cento, não só convenceu como surpreendeu,
O roteiro insere o público no universo de Rugrats, fácil, fácil. Faz você se virar na cadeira pelos acontecimentos passados na tela.
Tenho a necessidade de citar o excelente trabalho dos atores Ralph Fiennes que interpreta o Lord Voldemort e o Alan Sidney que interpreta o Severo Snape, duas figuras importantíssimas, que fizeram o que a Hermione de Ema Watson fez na parte um, roubaram as cenas e conduziram com maestria seus personagens.
O trio principal, Radcliffe, Watson e Weasley foram formidáveis como sempre são. Acompanhar o crescimento físico e profissional deles foi sensacional, poucas gerações conseguirão novamente passar uma década fazendo o mesmo. E sempre é prazeroso acompanhar a atuação da talentosa Helena Boham Carter que interpreta a vilã Belatriz Lestrange. Enfim, todos do elenco, por maior ou menor a relevância dentro da história, reiterando novamente que passar uma década fazendo o mesmo personagem é raridade, talvez nunca mais ocorra na história.
E por fim: o próprio David Yates que inovou, trouxe as suas referências, não teve medo do clichê, fugiu do habitual dos encerramentos e terminou a saga da melhor maneira possível, mostrando a face (rosto) dos responsáveis pelo sucesso da história ao longo da década.



Exterminador do Futuro II, 1991, EUA


O Exterminador do Futuro II é aquele filme que ao longo dos anos carrega com sua poeira um turbilhão de admiradores. Poucas continuações na história cinematográfica conseguiram direcionar uma aceitação e uma importância maior do que a obra anterior. A trama dirigida por James Cameron, em 1991, até hoje é considerada um modelo de longa-metragem ideal para o gênero de ação.

Vanguarda em efeitos especiais, certamente foi abertura para evolução do gênero, a história protagonizada por Arnold Schwarzenegger não deixa a desejar quando comparada a outros filmes de ação da atualidade e nota-se, que o tempo não foi um inimigo, trata-se de um sobrevivente, guardando as devidas proporções, como a utilização de aspectos visuais antigos. Mas, assistindo hoje, percebi o quanto a obra é divertida e bem realizada.

Vendo cena por cena, não encontrei o que está espalhado em Hollywood ultimamente, ou seja, noventa por cento do uso da tecnologia e zero por cento de enredo, Cameron em seus filmes prova que explosões e uma boa história podem caminhar juntas, mesmo se for um roteiro passado, batido ou previsível, em contrapartida o entretenimento não tem objetivo com a sua educação, somente com a tua diversão. Exterminador do Futuro 2 é uma história já vista em outros filmes, o velho clichê do bem contra o mal, no entanto, com a idade avançando pude observar que o ser humano não sobrevive só de informação, dentro do filtro precisa haver espaço para o desligamento. E, nesse cenário, a continuação do celebre personagem de Arnold é uma ótima diversão, diria mais é uma das melhores coisas já vistas por mim dentro do gênero.

Em tempos de produções trapaceiras como X-Men, Transformers e Piratas do Caribe que visam o dinheiro do seu bolso, o exterminador mostrará o que é uma verdadeira história de ação. E, melhor, fará você se desligar, sem o medo do remorso do depois.

Um clique, quatro videos - 3 estados!

Hoje experimente não ler, olhe, veja, sinta!







Sem perceber escreveu

As vezes eu só queria descansar de quem eu mesmo escolhi ser. Por minutos, talvez oras, dias. Quem sabe anos, décadas, de repente me ver inserido num contexto diferente, para conseguir caminhar com direção. Estar imerso ao mar de possibilidades de uma nova cidade. Dar um tempo do carnaval, deixar de lado a sexta-feira, passar sem ver a incoerência que o futebol pinta no quadro do cotidiano pós-quarta-feira.  A gratidão está em extinção, penso na frente de um espelho sem me ver, escrevo. A inércia da futilidade contamina a todos, inclusive já está na rede social, poderia detalhar o manual para se fazer sucesso no submundo que contempla o mundo. Divago,  assim, divago, não por você, por quê as vezes é melhor se esquivar. Veja só, clamo para os poetas que conheci, oferecendo a minha oferenda, a banalização da experiência, o descaso com o segredo. Recebido, diriam eles, tenho certeza, que coisa assim é  démodé, borá falar de outra coisa? Falariam e sem deixar a resposta sair já emedariam a perguntar:  O que achas das paisagens esquecidas? Há meu garoto olhe para o que ninguém percebe, tenha tempo para o esquecido, sinta o aroma da rotina sem fazer alardes para se incluir em algo que te corrompe pra fora de si. Quem hoje tem preocupações com o coração? Intimista falaria, eu,  sem acordar a cidade, que tenho por objetivo ser o sonho dos que agora dorme. Há poetas, o que eu quero não é ser cultuado como vocês, o meu silêncio certamente não está nas bibliotecas espalhas por ai que empoeiram o egocentrismo, nem nas charmosas livrarias do centro de São Paulo que elizitizam o conhecimento, no meu silêncio ouço ao fundo o mar da contra mão, as ondas bem fortes que não respeitam o meu querer. Se o destino é violento, o engarrafo num ponte feito algodão. Posso ir além do que se vê, mesmo se na leitura as previsões forem distintas. Estar em outra cidade não significa sair da nossa. Quem em São Paulo cuida do coração? É, sempre assim, nos guiamos pelo olhar, o que não estiver pintado logo não existe, mas sinto o esquecido, quero ficar de olhos abertos enquanto vocês dormem. No metrô mesmo sendo levado, sinto cansaço ao invez de raiva. Não gosto da simbologia que a elite é, detesto a banalização na internet. O meu sentimento não vai ser tomado por um curtir. Vivemos num mundo vazio? Ou, eu que estou no lado de fora desse grande abraço?

Band of Brothers: um meio criticismo

Antes de dar início a um conteúdo neste blog, gostaria de agradecer ao meu amigo de profissão, Romulito, grande jornalista e cinema reviewer, que me permitiu escrever nesse importante canal. E também me apresento de uma forma breve e sucinta: meu nome é Márcio Ikuno, mais conhecido nas redes como Yukio Ikuno. Blogueiro e Twitter freak, fotógrafo nos tempos livres e analista de mídia nos tempos ocupados, numa agência de estratégia online.

Você, leitor, poderia se perguntar, mas o que esse cara tem a dizer sobre cinema? A grande questão é que não sou de fato um crítico de cinema, como apresenta a especialidade deste blog, contudo, possuo algumas observações que, de alguma forma, podem acrescentar ao conhecimento de cada leitor interessado nesse seriado (Band of Brothers) e, dessa maneira, humildemente poder contribuir com o que for possível.

Muito bem. O seriado, divido em dez capítulos, é baseado em um destacamento do exército americano, o Easy Company, integrante da 101ª Divisão Aerotransportada, durante a Segunda Guerra Mundial. Narra a campanha desse grupo desde a preparação em Toccoa, Estado da Geórgia nos EUA, até a tomada do Ninho da Águia, a fortaleza de Adolf Hitler nos Alpes em Berchtesgaden, Alemanha.  É uma produção de Tom Hanks e Steven Spielberg estreado em 2001 no canal HBO. Devemos lembrar que todo seriado foi baseado na obra Band of Brothers, de Stephen E. Ambrose.

Após o épico ‘Saving Private Ryan’, consagrado de 1998, também uma grande produção que preencheu o “palco” da academy awards, enxergo que ‘Band of Brothers’ veio para complementar a narrativa e, até podemos dizer, veio para trazer visões da própria história em seus diversos aspectos (evidentemente, com um toque de Hollywood).

Na própria intenção de produção, enquanto ‘O Resgate do Soldado Ryan’ acontece inicialmente na praia de Omaha e entre outras que interligam e circundam o Canal da Mancha (entre Inglaterra e França), ‘Band of Brothers’ insere-se numa investida, no mesmo período, via ar, adentrando as linhas inimigas, acima de um fogo cruzado das baterias antiaéreas alemãs. Essa iniciativa da continuidade da narrativa complementa uma ampla visão das proporções que a guerra havia tomado no território europeu, de forma que, de alguma maneira, situa o telespectador tanto ao tempo quanto ao espaço.

Tente visualizar o início das investidas militares norte-americanas e britânicas no dia 6 de junho de 1944, mais conhecida como D-day ou Dia-D. Centenas de navios cruzando o Canal da Mancha para se aproximarem das praias francesas, onde os nazistas estão fortemente instalados; fragatas e transportes são deslocados para proteger e desembarcar os soldados em toda encosta; os navios seguem a bombardear mais adentro a fim de minimizar o contingente alemão nos bunkers e, enfim, assim realizar a grande invasão. Durante essa invasão terrestre, pense no capitão Müller (Tom Hanks), em ‘O Resgate do Soldado Ryan’. Pensou? Muito bem.

Após momentos calculados, os aviões, caças, bombardeiros e transportes também se locomovem ao local, no entanto, os transportes seguem para despejar centenas de milhares de soldados pára-quedistas adentro das terras francesas, iniciando uma ocupação de dentro para fora – e de fora para dentro. Visualizou? Pois bem. São justamente desses transportes aéreos que o destacamento Easy Company e diversos outros saltam e realizam suas missões. Enquanto ‘O Resgate do Soldado Ryan’ executa a missão em terra, ‘Band of Brothers’ o faz a partir do ar. Por isso afirmei ser uma continuação, uma junção das duas produções.

Devido aos consagrados cérebros produtores desse belo e emocionante espetáculo cinematográfico, ‘Band of Brothers’ é marcado principalmente pelos depoimentos dos ex-combatentes que, ao mesmo tempo, estão ativamente ali representados. Essa característica marcante propõe veracidade e maior emoção. Ao ver um senhor de idade se emocionar ao trazer à memória suas experiências de guerra, irmãos de armas caindo ou sendo amputados por minas terrestres etc., nos comove definitivamente. Logo, a participação do telespectador é cativada pela emoção nesses grandiosos detalhes e também pelas cenas repletas de ação.

Raciocinemos. É uma narrativa; é um seriado; é cinema; é Hollywood. Logo, embora seja baseada em depoimentos, devemos nos lembrar dessas características que marcam sutil ou extremamente o desenvolvimento do todo. Então, é lógico que não vamos chegar e dizer: “olha! Foi realmente isso que aconteceu!”. Toda narrativa como é sabido possui sua espetacularização. Mas, também não tenho a pretensão de fazê-los pensar que só porque é Hollywood é blábláblá. Nada disso. Houve uma extensa pesquisa histórica, desde cartas, arquivos de Estado, jornais, publicações, depoimentos e entre outras fontes que proporcionaram toda apresentação do conhecimento de mundo e cultural dos fatos.

Bom, no mais, sobre as questões técnicas, não posso falar muito porque entendo pouco. Em todo caso, eu, sendo um fotógrafo aprendiz, tive um delirante apreço pela fotografia distribuída em toda série. Não tem como negar, os enquadramentos, a produção no geral me fez pausar diversas vezes para vislumbrar tamanha beleza do olhar fotográfico da direção artística e cinematográfica, composta por Remi Adefarasin e Joel J. Ransom.

Já outro aspecto lógico que me fez parar e filosofar foi a narrativa propriamente dita. Para cada capítulo houve um diretor diferente, digo, para quase todos. Essa diferenciação fundida tornou muito mais espetacular a proposta de cada capítulo. Compreendo que a linearidade da narrativa para uma só direção possui um desdobramento natural, no entanto, uma linearidade composta por diversos diretores, sinceramente, não é nada simples. Vê-se claramente que não há quebras abruptas entre um capítulo e outro. Logo, elogiemos essa arte dos bastidores.

Daqui para frente minhas observações sobre o filme se esgotam, então, fica com você esse modesto artigo. E, caso não tenha assistido essa magnífica série, encorajo-o: assista. Vale a pena.

Aqui me despeço.

Obrigado.
@yukioikuno

Desentendimentos Repentinos


Não faz pouco tempo que mantenho problemas com a segunda e a sexta-feira. Em ambas não contenho os meus sentimentos e os breves pensamentos. Sinto-me enganado pelo tempo. Paralisado e de ressaca da preguiça do pós-fim e mais tarde atraído pelo charme da véspera do final. Certamente, permaneço com aquele velho ideal de vencê-las. Meu caráter é ser levado pela inércia da ocasião. Se me chamas, eu vou, se bebês, me embriago em possíveis formas de ser, de andar e de entender. Simulacro de si próprio, séria?  Deve ser por isso que eu faço mais downloads do que eu posso ouvir ou ver. Eu nunca tive a regalia de pensar no que sou e serei. Tudo está passando e de repente já me encontro acordando novamente na madrugada, apesar de variar a trilha do despertar, o acordar é sempre o mesmo, rumo ao chuveiro, fechando a tranca da porta. Lembro das cenas iguais do Réquiem para um Sonho. Não há reclamações, só há desentendimento com a falta do saber lidar com essas duas. Phoenix no ouvido sucedendo Coeur de Pirate. E o dia que alguém vencer o tédio, conseqüentemente a pressão. Quando respirar a vida, certamente não bata na minha janela, a milhas de distância estarei daqui.

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