Contra resposta pronta !



Antes de dissecar a terminologia do politicamente correto e incorreto, um adendo a essa questão, rótulos servem somente para te enlatar numa caixinha padronizada. 

O “humor preconceituoso” é o reflexo do turbilhão de preconceitos que impregnam no cotidiano.  O repúdio das pessoas retoma por causa dos padrões consagrados existentes há séculos. Padrões esses que se encontram ultrapassados, conseqüentemente falidos. Vai por mim. 

No decorrer da leitura do post de um comediante tirando sarro dos órfãos, a revolta surge deliberadamente, ou seja, o sensor é ativado, já que é padrão chocar-se com o que é diferente do seu moralismo. Em contra partida, o mesmo que viu a ofensa nas palavras do profissional do riso, anualmente, há décadas não faz nada para beneficiar a realidade de um órfão, se não fosse pela mensagem lida, daria andamento a sua cegueira diária, sendo um dos agentes em potenciais da exclusão de figuras oprimidas como essa. Com a vida corrida não sobra tempo para um olá, enquanto há diversão própria, há o fortalecimento no continuísmo da imagem do oprimido como sinônimo de pequinês. Quer de conduzir o ano não dando a mínima pro fato que chocou agora – com data de vencimento, também ajuda a permanecer a imagem de inatingível: isolamento puro.
Não encosto, sigo cego, porém o respeito deixando o já símbolo solitário vivendo isolado num castelo ala Rapunzel. Faça mil favor, quem foi o calhorda que definiu a direção do respeito? Como podemos cobrar algo que falta em nós, assim por miseras palavras? Pior que ofensas escritas são os olhos vendados pra sempre, mostrados através da rejeição rotineira. O tratamento desigual, visível na errônea atitude delicada em afastar os inatingíveis da vida como ela é. Diria alguns poetas, do calibre de Nelson Rodrigues, que a geração do STAND UP está certa em cutucar o hematoma de uma sociedade falida como essa, que tenho o desprazer de conviver. Estou certo que diriam.

Ninguém está passivo das palavras, elas existem e podem ser elaboradas da maneira que o autor quiser, nem por isso, vou perder meu sono por conteúdo que não merece ser entregue a discussão, ainda mais de uma maneira tão crua como as deparadas. Os extremistas defendem a atitude dos comediantes com outro falso entendimento, argumentando que a liberdade de expressão merece ser respeitada, a essência da frase é correta, engulam essa humanidade, no entanto, não é uma questão do poder de se expressar, mas se trata de bobagem sendo valorizada, ganhando espaço e audiência meus caros, como na lei televisiva, o que gera ibope continua com a saga prolongada. Ou para os devotos cegos, eles defecam que se trata de atitude rock “n”roll de ir contra o senso comum, de ser politicamente incorreto. Não é, desculpe, é simplesmente profissão. Entendem? Público existe, no entanto alguns diriam que não se trata de trabalho e sim de esfera privada, porém, hoje as redes sociais são divulgadores do trabalho dos caras, sendo que uma vendinha e as mídias sociais têm o mesmo apreço nos dias atuais. Isso pode ser considerado como um teaser da apresentação ou treinamento. Alguém dará risada, retuitara. Portanto, é digno de não ser levado a serio, quem gosta ri, quem não gosta antes de digerir qualquer sentimento de raiva, pense trilhões de vezes. Seja um cavalheiro, siga adiante sem olhar pra trás. Não se contente em ser Loro Jose. É feio demais, viva o pensamento próprio, se distancie das lógicas mercadológicas preconceituosas midiáticas que visam somente o lucro. 

Posso ouvir no corredor da minha mente, vozes gritando com o fraquíssimo contra-argumento, “mas você tem essa opinião, porque não é órfão, porque não é judeu, etc etc etc, noventa e sete etc. Me poupe desse discursinho falho e orquestrado, sem tom nenhum. Gente, são palavras, apesar de serem lindas, ainda não conseguem ir além do escrito, da tela,. É atingindo com elas quem quer, quem já está predisposto a sentir, quem alimenta dentro de si o preconceito do estereótipo. E olha eu, reiterando novamente com a pergunta “ E quem rejeita merece qual resposta? Aposto com o primeiro que quiser, falem com as classes especiais, autistas, homossexuais, órfãos, judeus, todos mesmo, se não incomoda mais ser excluído e não notado do que ser alvo de brincadeiras de internet. 

Também, aproveitando o peixe, vou descascá-lo de vez, acho feio quando figura, sendo publica ou não, que é desligada totalmente do humor, ou seja, cantor, torcedora, que perdem o tempo escrevendo palavras que não são inofensivas e são violentas, que tentam diretamente atingir um alvo, entretanto, ainda se limitam a serem palavras, que só demonstram a posição do realizador delas.

Estamos diante do assunto que é o cachorro quente da mídia. Não confiem na primeira leitura, faça sempre a segunda, não se torne devoto de caras com potenciais extraordinários, mas que ainda se limitam a humanidade, por isso, erram, errando, não compre o discurso, contrarie. Não há nada mais démodé do que um padrão encaixado numa lata com o rótulo na embalagem.

Contra a caretice musical


Atualmente, existe musica boa sim! E por que não, inovadora também. Nem todo mundo se encantou com o gozo de outrora que faz você não parar de gemer. A globalização explodiu, logo, as informações são jogadas a nossa cara a todo instante. Difícil é notá-las. Portanto, criou-se o horroroso chamado nicho, ou seja, a informação com selo e endereço exato. Só entra quem é da panela. Veja: nichos sempre existiram, mas não com essa intensidade da pós-modernidade. Prolifera-se. Cria-se rotina.

Coisa certa de ontem, de hoje e de amanhã é a apropriação da indústria cultural. A maquina não parou, com isso, a idéia de que não se faz nada de útil contamina os caretas do Rock "n" Roll, principalmente. Claro, se o parâmetro for o produto enlatado que satura nas esquinas, avenidas, ruas e bordeis por ai, o diagnostico faz jus ao preconceito musical, porém não é assim,a antiga mania de falar já que não sabe ficar de boca fechada é feia por demais.
Não costumo levar á serio a preguiça do pensar e a banalização do falar, mas as vezes coça, tenho em mente que determinados artistas deveriam levar consigo os royalties eternos pelos serviços prestados dentro da música. Como também sei que discurssinho pessimista é démodé total.
Saia de vista galinha de macumba.
Sou um cara encantando com a modernidade, entenda bem, o encantamento não reproduz cegueira, algumas coisas boas e antigas, consegui achar o tempo de escutar, não parei na estagnação de alguém, sou, vivo agora, conseqüentemente tenho a regalia de ouvir o que foi feito agora, nem por isso barro o de ontem. Sei que ambos têm importância e credito.
Sonho no dia em que a amplitude contamine o ser humano, que a besteira da comparação fique pra trás. Que o rotulo seja jogado no chão, abandonado e que a indústria cultural queime no inferno. O artista de hoje, é aquele que o de ontem queria ser, em termos de plataformas, de agente de si mesmo. Muitos se foram pelo câncer do show business.
Lendo uma frase dita por um musica brasileiro chamado Thiago França, enxergo a real importância da música atual, quando diz “A gente faz parte de uma geração que cortou o cordão umbilical com os festivais. Nenhum de nós quer ser o Chico Buarque ou o Caetano Veloso. Eu não quero ser o Coltrane, saca? Não quero apenas emprestar meu instrumento para o convencional da partitura, quero fazer um papel diferente e enriquecer o arranjo", significa a proliferação da informação acontecendo, as pessoas fazendo por contra própria. Alegrai-nos. Mudança de postura. Quem não se move, vive trancado eternamente.
Mas quem é Thiago França? Não é contra a lei desconhecer o cara, porém, o ditado desgastado já dizia e ainda tem fôlego pra dizer, boca fechada não entra mosquito. Não fale o que não sabe e que ainda desconfia porcamente, ou melhor, preguiça a mil milhas morando na sua mente.
 E necessário balancear os ânimos, não fazer jejum, mas também não passar da conta. Vamos devagar na louça. Os de hoje não merecem ser rotulados e jogados na fogueira das comparações com monstros do passado. Cada um tem seu momento, vamos marcar impedimento para a caretice musical.

Não Se Pode Viver Sem Amor, 2011, Brasil


Não se pode viver de amor: trata-se de uma tentativa infeliz do cineasta Jorge Duran de sair da rotina cinematográfica brasileira. Ou então, como preferir, um exemplo egoísta de como um profissional não está interessado na compreensão do publico, portanto, elabora um projeto simplesmente para satisfazer uma roda de amigos.

O longa metragem parece te levar a um precipício sem fim, quando o pior parece ter passado, a sempre uma desgraça maior que está prestes a se concretizar. Uma tortura áudio-visual, sem coesão, numa tentativa frustrada de buscar novos rumos cinematográficos. Um roteiro com desdobramentos ridículos, piores que o simbolismo do clichê (previsível ou caricato).

Filmado de uma forma amadora, desleixada, aparentando ser um projeto que no meio do percurso faliu ideologicamente. Os atores tentam e a vontade não falta na atuação, porém falta alma, história e crédito para o publico acreditar no que é passado na tela.

Uma falta de responsabilidade do Ministério da Cultura na aprovação do incentivo fiscal privado nesse projeto horroroso que mancha a história da cinematografia brasileira, causando o apoio no imaginário popular de que cinema brasileiro é sinônimo de porcaria.

O diretor do excelente “E proibido Proibir” tenta unir a realidade e o nonsense de uma maneira particular, donde o qual seria um dos poucos a gostar, literalmente fez um filme pra si próprio, porém, na atual conjuntura crescente do cinema brasileiro, fazer algo assim pode custar caro para outras obras no futuro.

Nesse filme, há a recriação da história do anjo anunciador Gabriel, nos tempos atuais, especificamente no cenário carioca contemporâneo. Sem sucesso, se esbarra numa sucessão de acontecimentos que flertam com a bizarrice.

Um desserviço, o senhor Jorge Duran fez na realização desse filme. 

Natimorto, 2009, Brasil



Observação: Esse texto não tem nenhum compromisso com a clareza, abstinência da realidade!

O agente interpretado pelo próprio Lourenço Mutarelli aguarda a Voz (Simone Spodaleri – mais linda do que nunca, talvez nunca tão linda assim) na rodoviária. Ele – o agente – descobriu a bela Voz, e agora vai mostra – lá para o maestro. Quando o ônibus estaciona, ele conta 10 pessoas que desceram antes dela = a Voz.     

Entre os dois. Ocorre um abraço.

A voz mais linda do que nunca... Silenciosa. Aguarda.
Juntos, seguem, a caminho da casa do agente.

A vida é uma doença na cabeça do agente, já que sua esposa (Beth Gofman) tem amante, mais de um, pensa ele, a vida é uma doença.

Ao chegar sem bater, ela grita, toda a predominância machista se inverteu, está nela, a esposa do agente, que grita e têm amantes, mais de um. Porém, o requinte feminino a visita (ele nunca some, sempre aparece nas horas mais inconvenientes) quando desconfia que seu marido – o agente está comendo a Voz.

Ele = o agente é assexuado, ela- a esposa não sabe, mas tarde a Voz iria saber, que ele- o agente é assexuado.

Eles fazem um acordo, ele = o agente e a voz. Agora, é selado um compromisso, um objetivo - não sair do quarto - sumir da vida - para de existir para os outros, porque não aparece.

Com as economias que ajuntou, o dinheiro do cigarro ele garante. Já é bastante, o cigarro é pra saber, seguir. ADIante! Sem viver na frente da multidão, ficando sós.

O agente, que é ele, prevê o destino através das fotos degradadas nas embalagens de um cigarro qualquer.

Ele seguiu com essa tentadora teoria até esse exato momento de sua vida. Entenda a analogia, fotos de cigarro são quartas de tarô. Abre o espaço, o Natimorto está há chegar, que significa a morte prematura, bebê entubado, a morte sem nascer, entende o privilégio? Nascer e não passar por todos os embates da vida? Natimorto!!!!


Para o agente é o sublime e adiar as decepções que a vida traz e antecipar a morte sem crescer.

Entre as imagens recorrentes da supremacia da sua esposa e as conversas entre ele e a Voz , as cenas - vem, vai, vão e volta.  Vem, vai, vão e volta, vem, vai, vão e volta!

Só - sabe quem estava no cinema nessa noite. É viu as cenas, que vem, vai vão e volta!

Uma parte me impressiona - foi quando ele = o agente fala com ela = a voz, refletida no espelho, parecendo à fumaça do cigarro. Uma fumaça!!

Querer parar a vida!
Enquanto ele segue querendo parar a vida, a tornar ela insuficiente para se viver, acreditando na pureza do cigarro, que é capaz de prever a vida de acordo com cada imagem que vem na parte de traz do maço. A VIDA, presa no quarto, sem luz, com a variação da iluminação que combina com o tapete exposto no centro que lembra um tarô. Previsível, legal, o que é? Não sei! Abstinência de se viver.

A voz mais linda do que nunca e o retrato da esperança, a vontade de ver o sentido no redor, sair do quarto, fugir, ir à contramão da caverna do Platão, em vez de acreditar no visto ruim do agente, tem vontade de sofrimento, fome de AR.

Porém, mantêm aquela parte no corpo de medo do medo de errar.

Em uma parte da conversa dos dois, o narrador diz +ou- assim (não me lembro muito bem das palavras faladas):
- Ela que dá passos extensos que sempre dão no mesmo lugar.
 Veja: o agente acredita que o ser humano é o câncer do mundo e a vida também é uma doença. Conseqüentemente, sem não houvesse os humanos, a vida seria pura, porque não seria contaminada por nós, que somos o câncer do mundo.

Mas a gente não passa de cachorro que morde a vida, deixando cicatrizes nela, gerando o sentimento da vingança na própria, que numa tarde de domingo qualquer, te mata vagarosamente na frente da TV, te enlatando nas risadas superficiais que é de dentro do tubo pra fora da sala.

A vingança da vida de outrora.

Quando crianças, temos medo do monstro, achamos que nunca vamos cair no poço do monstro, porque estamos protegidos nas asas dos pais, mas, mero engano banal, todos caímos e dentro, vemos a água transparente refletir nosso rosto, portanto, dentro do poço, tudo se explica, a infância passeia e não volta mais e a gente descobre que o mostro que tanto falavam pra assustar não passa da gente. É foda!

Nesse momento em diante, sabemos que o monstro é a gente. É foda!

Debilitado, ele vê que não se pode parar a vida, ela se vinga, não tem pra onde correr. EsTá todo mundo no mesmo barco. Discutir pra que?

Pouca coisa nos difere dos ratos, das baratas, das lesmas, todos, nos, fudemos, de dia, de tarde e noite, nas quatro estações, a lesma transa com outra lesma, a gente também.


A voz percebe: o ambiente fechou, escureceu. Porra como alguém pode ficar preso dentro de um quarto querendo ser mais que deus?
Não adianta o agente não vai sair desse quarto enquanto seu objetivo não for realizado.

E o maestro já conheceu a bela voz há tempos, pretende come-la, não é isso que todos fazem? – Diz o agente. A vagina acaba cedendo sempre, a vontade de penetração é grande. Vaidade, isso não passa de vaidade, tanto pra homem e pra mulher.

Logo, ela = a voz enxerga a realidade e fica sem acreditar na teoria dos cigarros – mãe dina. É nessa hora, que ela se esconde das imagens e compra uma cigarreira pra se incluir. Ou pelo menos tentar, não é?
Mas, Ela continua achando surpreendente a percepção, mas sabe que a futilidade é o verdadeiro sublime.

Descobre que o ser humano não pode surgir antes do destino. Ela recua, desvia, foge, mas do quarto ele não sai. Que parar a vida. Idiota!

Ele lê que o cigarro acaba com os dentes, pode causar câncer na boca, ele percebe que os grandes pensadores sofreram problemas com os dentes, porque nenhum deles sorriam na foto, nem Darwin, nem Nietzsche, Baudelaire muito menos, todos usavam dentadura.

Mas a gente não passa de cachorro que morde a vida, deixando cicatrizes nela, gerando o sentimento da vingança na própria, que numa tarde de domingo qualquer, te mata vagarosamente na frente da TV, te enlatando nas risadas superficiais que é de dentro do tubo pra fora da sala.

A voz volta com o rabo entre as pernas, o maestro fudeu com ela, a vida também pode usar alguém pra fuder com a gente.

Está vendo, o quanto o agente estava certo de querer parar a vida. Todos - instrumentos ingênuos - deixando ser levados pela vaidade.

Mas o destino aliado de imensidão incerta vinga, não deixa barato, o bicho pega. Sua mordida rapaz trará resultados apocalípticos.

Juntos outra vez, o agente e a voz silenciosa. Debilitado, pelo embate que enfrentou. Banhado por ela, ele pergunta o peso dela, ela responde, acaba. Os créditos sobem, sai do cinema, to aqui em casa escrevendo.

Sem dúvidas Natimorto é perturbador, fiquei sem fôlego do começo ao fim, um desafio que te leva a outra dimensão, puta experiência cinematográfica, comprei o livro. Começo ler o quanto antes. Parabéns a todos envolvidos nessa obra que conduz o público na direção das fronteiras que separam a sanidade da loucura.




“No bloco da classe média”

Tulipa canalisa o afeto, espontânea que só, despojada também, o palco e dela, o mundo é seu. Mas, esperamos uma segunda sessão, temos o direito, então, adentramos no seu mundo retratado no seu palco, por horas- claro. A cantora paulistana participou ontem (4) do projeto Rumos Musica organizado pelo Itaú Cultural, que trará shows com novos talentos da musica popular brasileira até o dia 8 de maio. E, Ruiz, foi a primeira a se apresentar.

Vestida com uma camiseta de outra banda descolada, a Do Amor – que também é o nome da faixa de uma música sua, Ela, a flor musical, Tulipa, pode ser considerada o retrato dessa classe média jovem, que freqüenta a augusta de baixo e tem a regalia de muitas vezes, conviver e até manter um lanço de amizade com seu próprio ídolo. Imagine, uma estória dessas acontecendo, quando os tropicalistas conviviam na mesma augusta que hoje é celebrada pela diversidade, talvez, tenha sido igual, mas como eu não vivi nessa época, escapo, fujo e divago.

Voltemos para o que de fato é fatual, o show, o de ontem. Acompanhada da família, pai e irmão no palco, tocando, ela começou como no seu primeiro álbum, Efêmera, com a faixa que ganha o mesmo nome. Entre seus versos delicados e seu pedido, entendemos, o recado estava dado, hoje ela iria ficar mais um pouquinho, iria ficar devagarinho, só que não era tarde de domingo, era noite de quarta-feira regada há ventos gelados e cervejas igualmente geladas e compradas na banca de jornal. Eu não comprei, mas enfim, o palco era dela!

Exaltada pela mídia e refletida nos seus fãs, ela tem potencial versátil, mas segue uma única linha, musicas vão, é o ritmo pouco muda, mas a originalidade é ela, não se levar tão a sério, isso a ajuda. Cantando, pintando quadros abstratos no seu mundo, mas, que demonstra ser parecido com o da platéia que a vê. Sem medo de careta e de sentar no chão, além de estar na sua particularidade, ela brinca com sua voz, a domina como quê, a prende numa jaula e a solta, variações ocorrem, desafinações nenhuma, parece não fazer força pra cantar, palmas pra ela, que não entrou no burburinho de ser a nova musa da MPB. Eu gosto de ouvir ela, por ela brincar com a sonoridade. Por ela não ligar de ser observada. Isso, hoje, é raro, que seja contemplada por isso, não por falsas mentirinhas para vender “revista Cult” espalhada por ai.

E nesse contexto: Tulipa Ruiz, tocou todas as faixas do seu álbum, lhe sobrando o atrevimento de fazer o cover da música “Da maior importância” de Caetano Veloso. Com a promessa de segundo show cumprida, uma combinação de satisfação preencheu o espaço, publico e artista, dupla felicidade numa noite fria. Cada um segue seu caminho e veja que interessante o bloco da classe média se despende desse encerramento de dia puramente musical.

Heróis Imaginários (Imaginary Heroes,EUA, 2004)


Heróis Imaginários é aquele tipo de filme que a princípio ao ler a sinopse achará que não é recomendado para quem estiver triste, por conter um enredo recheado de dramas pessoais.

O longa metragem segue numa abordagem crua e intimista, mérito próprio do diretor e roteirista Dan Harris, que não conhecia, mas que particularmente me agradou a forma como retratou os assuntos complexos que permeiam a história, de uma maneira simples e direta.

A história conta a vida de Tim (Emile Hirsch), que faz parte de uma família falida. A sua vida é silenciosa, enigmática. A estrutura do filme parece caminhar a todo instante, numa tentativa de aproximação do protagonista.  

Começamos a ver a trama em uma disputa de natação, ganhada por Matt (Kip Pardue), irmão de Tim, nadador bem sucedido, porém infeliz que mais tarde se suicidária. A partir desse ponto, abre-se espaço para outros dramas, como a da mãe Sandy Travis (Sigourney Weaver) e do pai Ben Travis (Jeff Daniels), ambos atingidos por tragédias pessoais do passado que retornam com a morte do filho.

Tim é o típico adolescente que sofre por problemas comuns de sua idade, “como a ausência da definição própria”, sendo assim: se protege escondendo as chaves do seu mundo, porém como nos outros personagens do filme, monta-se um quebra cabeça, já que as informações ditas no inicio não pareciam se encaixar dentro do que era registrado e vai se revelando a cada cena e fazendo sentido no final.

Se a trama seguia distante de seu protagonista, passamos a entendê-lo. Passam-se as estações e a história que parecia pessimista, termina como o verão - ensolarada. O velho clichê de que todos viveram felizes para sempre não ocorre de maneira drástica, entretanto, o pior parece ter indo embora com o inverno.

Boa pedida para quem gosta de um bom drama, que não quer parecer nada além do que é !

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