Porque o Caetano sempre me faz repensar nas coisas!

Caricatura de Natan

Confesso, agi de uma maneira agressiva quando o Ministério da Cultura autorizou Maria Bethânia de buscarem o incentivo financeiro de um 1, 3 milhão para a criação de um blog de poesia, no entanto, após ler o que o seu irmão Caetano Veloso escreveu no Jornal Globo (27), sobre o que acha sobre do burburinho, notei e fui atingido por uma repentina mudança atmosférica, consegui, o controle dos meus pensamentos, não mudei de opinião, mas atingi o senso democrático, que é direto: a melhor representação de todas as representações do exercício das idéias.

Não subestime o poder de persuasão de Cae, essa não séria a definição mais apropriada para classificar a mudança certeira que ocorreu, mas, o artista sabe escrever como ninguém, suas palavras são agradáveis de ler, antes, quando era um total desconhecedor da sua obra musical, falava pelos quatro cantos que achava que o melhor em Veloso era a sua persona, fechava os olhos para a música. Errei, o tempo me disse. No entanto, o foda é que Caetano não dá descanso, ele aparece a todo o momento, por isso não tem tempo de ser Chico ou João Gilberto. Ele é um trabalhador incessante, que cultiva o vanguardismo em suas veias. Que, diga-se de passagem, o seu Ao Vivo pela MTV do qual o mesmo gritou durante um VMB lembrado até hoje por esse momento, é uma jóia impactante. Ele não precisava gravar um disco ao vivo na altura do campeonato, sua poltrona o aguarda na Bahia, mas não, dessa vez não, com a licença das palavras do rapper Emicida, o artista baiano, que na verdade é poliglota, quis aparecer na semana passada para defender a sua Irma. Vlido.

Em suma disse que outros artistas nacionalmente famosos ou indigentes (desconhecidos) são autorizados por uma quantia ainda maior que o da sua Irma é o povo sendo representado erroneamente pela mídia tradicional, com a ajuda do tsunami dos internautas não falam nada, se cegam diante de tal informação, que nem divulgada é. Na outra parte de seu escrito, particularmente o mais brilhante, disse que o jornalismo feito pela Revista Veja e pela Folha de São Paulo, são realizações de fígado, ou seja, qualquer difusão deste é de grande repercussão, representação essa que é feita a qualquer custo. Terminou dizendo que a mídia tem medo do potencial da Bahia e que os jornalistas deveriam sentir na pele o efeito de suas leviandades.

Porque fui atingido pela excelente ação de procurar aceitar a opinião contraria? Simples, o cantor foi excelente a relatar que a imprensa, pelo seu modo apocalíptico de procurar de forma irracional a repercussão de uma notícia, gerou a dicotomia e ainda acirrou os ânimos.

Concordo contigo Caetano, quando diz que o Ministério Público deveria punir opinião ameaçadora de internauta frustrado e que corre atrás dos seus 15 minutos de fama. Porém, apesar de suas palavras benéficas continuo achando essa história de blog um tanto embaraçosa, leviana e desnecessária.

Mas também sei que a mídia é egoísta, principalmente os velhos e ainda dominantes de quase sempre, que botam no rabo da gente e não nos ajuda em nada, pouco pensam na questão social. Há como eu queria que todos os meios impressos fossem interessantes como a revista Caros Amigos, que tem a regalia de estampar Tom Zé em sua capa. Com tudo, acho que o jornalismo de fígado é o que vende mais, que mais engana e  gera confusão, mas por outro lado, garante a sobremesa dos “comunicadores de bens”.

A pessoa, o artista, a lenda: sempre vai ter vez comigo, por ser o ativista da cultura atual, parceiro de bandas novas que escuto e  foge do discurso démodé de que o antigo é mais legal, não, o novo tem a sua relevância. O novo sou eu também, Caetano fala isso. Além de ser uma personalidade que não se cala, tem opinião, mostra, mesmo que essa contrarie a realidade, ele é claro e argumenta – vocês (mídia) não vão me calar!

Na véspera do aniversário de Salvador, parabenizo a cidade e o seu conterrâneo ilustre, por ambos trazerem a autenticidade como ala de frente.
  

Rogério Ceni: um roteiro de cinema

Poucos conhecem a história cinematográfica do goleiro Rogério Ceni. E acho que por essa razão exista um movimento injusto e leviano que defende o rótulo dele ser um jogador mascarado.

O fato que a própria história do goleiro mostra ser diferenciada. No inicio da carreia, contrariando diretamente a maioria dos jogadores, Ceni demonstrava ter equilíbrio suficiente para tentar e conseguir o sucesso em outra atividade profissional para sobreviver. Empregado de um banco teve que escolher entre a vida bancaria ou a futebolística, sorte para quem admira a verdadeira arte do futebol.

Vindo de origem humilde, do desconhecido Sinop, havia conseguido surgir no cenário paulistano, de repente havia trocado o Mato Grosso do Sul pela terra da garoa em 1990, se tornara o terceiro goleiro do São Paulo. Literalmente, passou pelo desdobramento comum de qualquer roteiro cinematográfico.

Sem moradia fixa, a forma encontrada era morar no próprio CET do clube, época que conheceu sua esposa Sandra, no qual tinha que pular os portões do clube para visitá-la. A única forma encontrada para fugir da marcação cerrada da diretoria. O momento de superação encontrado em qualquer roteiro cinematográfico.

Por uma ocasião do destino, um acontecimento fatídico foi responsável direto pelo começo da trajetória brilhante do atleta, em 1992, pouco se sábia do nome de Ceni até então e consequentemente as chances de jogar eram impossíveis, foi através de um acidente automobilístico sofrido pelo segundo goleiro em questão - Alexandre (que infelizmente rendeu a sua morte) que tornou o reserva de Zetti, onde esteve no elenco campeão do mundial interclubes do mesmo ano. O instrumento do destino como divisor de águas, não preciso nem dizer que isso é comum em histórias de Hollywood.

Depois da saída de Zetti, tornou-se o goleiro titular, em 1997 fez o seu primeiro gol de em uma cobrança de falta.

Entre altas e baixas, ganhou títulos, bateu recordes e se consagrava como um dos maiores cobradores de falta do país. Começou a colecionar desafetos, por ter na essência uma maneira singular de lidar com o sincronizado jornalismo esportivo. Para os tolos era sinônimo de arrogância, para os grandes era exemplo de profissional.

Pode-se dizer que faz parte de um seleto grupo, no qual ele e o também goleiro Marcos são considerados espécies raras no momento- beirando a extinção – ou seja, os jogadores que amam o clube no qual jogam, os chamados vestem a camisa.

Ontem, numa tarde de domingo, dia 27, o goleiro marcou história fazendo o seu centésimo Gol, equivalente a de Edson Arantes do Nascimento (o Pelé), quando marcou seu milésimo gol em 1969. Proporções guardadas a parte, a marca de ontem, é tão heróica quanta a do melhor jogador da história do futebol.

No currículo de Ceni foram 55 gols de cobrança de falta, 1 de bola rolando e 44 de pênaltis. Um fenômeno, ele é um caso que não veremos novamente, que possivelmente nossos filhos e netos só leram nos livros.

Aos tolos, para não colocar imbecis (sendo gentil) finalizo colocando para se renderem ao talento do atleta, que sempre foi exemplo profissional, enquanto os milhares de nomes que passaram no clube do Morumbi iam embora ao termino do treino, o goleiro ficava, sem reclamar da hora extra, buscava as suas 10 mil horas (exemplo) de qualificação para um dia chegar ao topo, é chegou, um epilogo brilhante o atingiu, como no cinema. Viva o Rogério Ceni! Palavras de um cara que antes de ser palmeirense, admira a arte chamada futebol. 

Sobre Bethânia!





Após uma nota publicada pela jornalista Monica Bergano na Folha de São Paulo na semana passada sobre o governo (Ministério da Cultura) ter disponibilizado uma quantia 1,3 milhões de reais para a cantora Maria Bethania criar um blog de poesias, muitas críticas ocorrem, de pessoas anônimas a pessoas ilustres (que detém o conhecimento publico). Contrapondo com a mesma moeda, os protestos dominaram as redes sociais, vídeo de louco ameaçando a cantora se caso aceita-se a quantia e campanhas feitas pelo cantor Lobão no Twitter promovendo também a devolução da grana.


Enfim, o que muitos não sabem que a história não é bem assim, o fato é que a distorção do ocorrido aconteceu, transformado a notícia numa manobra para elevação de cliques e comentários leigos. A verdadeira informação é que o Ministério da Cultura não entregou o dinheiro diretamente a cantora, porém deixou claro e a disposição a sua real intenção: beneficiar o seleto grupo empresarial, não cobrando o imposto de renda, caso os mesmos estejem a vontade de patrocinar o blog de Bethânia. O que não diminui o mau caratismo por trás da ação.

Calma-lá é só um blog! Pra que a empreitada de reverter o dinheiro do imposto diretamente para o blog?
Isso mesmo, um blog. Alguns defensores e ufanistas da musica popular brasileira poderiam argumentar dizendo que se trata da difusão da poesia para um povo necessitado de cultura, no entanto, já existem lugares competentes e atraentes que fornecem a divulgação e possui a entrada gratuita para toda população, independente da classe social: A Casa das Rosas é um exemplo, uma imensidão de cultura ali presente na avenida paulista, mas freqüentada pelos mesmos indivíduos. E, no final qual é o real problema da falta de interesse?

Eu tenho a possível resposta, na verdade a cultura no Brasil é vista como ELITISTA. Quem freqüenta os polos culturais como a Casa das Rosas intimidam qualquer aventureiro que queira arriscar sua entrada no local , mas como? Da forma mais crível do mundo: ou seja, se comportando como uma marionete que é: os freqüentadores ácidos são reflexos dos artistas que lêem, fazendo o sacrilégio de olhar torto a cada individuo que adentra no cenário e que seja diferente do padrão predominante do recinto. Um fenômeno que ocorre quando o ser humano enfrenta a infância, em outras palavras é o descobrimento de alguma coisa e o comportamento de provocar todas as artimanhas necessárias para a sua descoberta não sair do seu circulo de convívio, uma auto-apropriação de uma cultura que é publica. Quando alguém atravessa essa barreira é tida como monstro, modinha e demais adjetivos chulos.

Agora, imagino o seguinte: como um blog de poesia poderia fazer o contrário? Ou, o Ministério da Cultura é ingênuo o suficiente para ter a falsa ilusão de que Bethânia seria o Maomé dos novos tempos? Faria poesia para os pobres? Pelo amor de deus, não é? Claro, falar que o blog não encheria de cliques e acesso seria erronêo da mesma forma, mas tenho cá a minha certeza de que  os internautas presentes seriam aqueles que pagam  R$90 a mais - para ir ao show das celebridades da MPB, teria um acesso predominado pela elite. A questão é, porque o esforço, se o final já é previsível?

Sou fã do diretor Jorge Furtado, acompanho seu blog faz um tempo, entretanto, achei imbecilidade da parte dele escrever a favor desse ato errôneo. - no post, “A gritaria contra o blog de Maria Bethânia é uma mistura de ignorância, preconceito e mal caratismo” – ele comente um ato, que se fosse feito por um fã da banda Restart seria condenado, separei alguns trechos, aonde respondo a minha opinião, abaixo da linha dele.

“O fato é que a única coisa que os produtores do blog receberam do governo foi a autorização para se humilhar, pedindo a empresários, de porta em porta, que considerem a possibilidade de, ao invés de entregar parte de seus impostos ao governo, patrocinar, com a vantajosa exposição de suas marcas, um blog de uma extraordinária artista brasileira.

(UM BLOG NÃO PRECISA DE PATROCÍNIO, NO SENTIDO DE DISPONIBILIZAR UMA QUANTIA ABSURDA QUE DESTINÁRIA A SERVIÇOS PUBLICOS COMO ESSA, NEM SE FOSSE DO PAPA, UM BLOG É UMA VIA PUBLICA, ONDE QUALQUER UM PODE FAZER, QUER PATROCINAR, CRIE UMA CAMPANHA NO BLOG ATRAVÉS DO ADWORDS)

“Blog este que tem como objetivo divulgar a poesia.”

(VAMOS CAIR NA REAL: DIVULGAR POESIA. QUER CONHECER A POESIA, VÁ A CASAS DESTINADAS A ISSO, COMO A DAS ROSAS NA PAULISTA E DESCUBRA A POESIA, LÁ É ABERTO PRA TODOS)

“Na minha opinião, o governo brasileiro deveria tirar do seu caixa o dinheiro (1,3 milhões de reais, uma ninharia perto da roubalheira do Detran gaúcho, dos pedágios paulistas, da máfia do governo Roriz/Arruda no DF, etc, etc...) e entregar para a Maria Bethânia, junto com um buquê de rosas e um cartão, pedindo desculpas pela confusão.”

(PEDIDO DE DESCULPAS, POR QUÊ? MEU DEUS, ISSO É ODIOSO, COMPORTAMENTO DE UM FÃ CEGO, HISTÉRICO, NÃO VEJO DIFERENÇA ENTRE ELE E AS MENINAS QUE GRITAM NA FILA DO CINEMA PELO FILME Twilight - CREPÚSCULO)

“Chega a ser constrangedor ter que relembrar aos mais jovens que Maria Bethânia é uma das maiores artistas brasileiras de todos os tempos.”

(O QUE TEM ISSO HAVER? POR ELA TER SUA REPRESATIVIDADE NA HISTÓRIA, ELA ESTÁ INSETA DE CRÍTICA? DEIXA EU TE FALAR, ATÉ JESUS RECEBEU CRÍTICA , PORQUE A IRMASINHA DO VELOSO NÃO PODE SER CRITICADA?)

Para encerrar: Quer ler poesia? VisIte a periferia e veja a poesia estampada no rosto de cada trabalhador ali presente, sem metáfora para decorar a alegoria da palavra. E tudo seco! Pegue metrô, trem, busão - todos lotados e veja com seus próprios olhos o ato poetico do sujeito acordar de madrugada e ainda ter forças para ir trabalhar como um gado, apertado que só! Em vez de ler Bethânia com sua arte distante, leia Sérgio Vaz, Sacolinha, Ferrez (autênticos representantes da escrita humilde) se atente a literatura marginal (porque essa sim é a verdadeira arte que condiz com o linguajar do povo). Parem de idolatrar a morte e olhem pros vivos. Digite – “Blog de poesia no Google e veja o resultado da busca, clique por clique, terá a certeza que para tal feito não precisa de quantia alguma.

Maria Bethânia e Rita Lee também (triste fato dela ter falando besteira de Itaquera) perderam as vozes há tempos, são espelhos do passado glorioso. Hoje, não passam de molduras envelhecidas que não servem pra nada (so para relembrar do passado). Pegue o exemplo de Chico, João Gilberto e sumam, não acabem e desgastem a grandeza de suas obras!

The Strokes, Angles, 2011



The Strokes: não lançava nada novo desde 2006, o último álbum foi “First Impressions of Earth”. De lá para cá a banda permaneceu cinco anos no hiato.

Os integrantes dedicaram-se a projetos (paralelos): Julian Casablancas gravou recentemente seu primeiro álbum solo: Phrazes For The Young (bem recebido pela crítica).

O guitarrista Albert Hammond Jr lançou dois álbuns Yours To Keep (2006) e Como Te Llama (2008).

O baixista Nikolai Fraiture montou uma banda chamada Nickey Eye.

“O baterista Fabrício Moreti também lançou uma banda - "Litttle Joy”, que traz o Hermano Rodrigo Amarante nos vocais.

 O único que realmente não fez nada em termos musicais foi o outro guitarrista, o Nick Valensi.

Apesar do envolvimento em outros projetos, uma coisa era certa, a banda que havia revolucionado o início da década não teria virado mera lembrança, eles voltariam mais cedo ou mais tarde. Pois bem, já na metade de 2010 surgiram boatos que davam como certo o lançamento de um novo álbum, após buchichos de todos os cantos, o guitarrista Albert Hammond Jr confirmou que o quinteto entraria em estúdio pra fazer um novo trabalho.

Angles se torna o quarto álbum da banda, com o lançamento previsto para o dia 21 de março, que será na próxima segunda-feira, no entanto, por ter vazado na internet, já consegui ter alcance as novas musicas.

E posso dizer que foi o principal atrativo da semana, ouvir de novo a velha sonoridade do grupo foi uma dos melhores fatos do ano (até então), não tenho dúvidas disso e nem estou sendo ufano. Mas é porque, considero Strokes uma das trilhas sonoras da minha vida, determinadas canções remetem diretamente a momentos incríveis que recordo sempre no ato de ouvi-las.

A palavra Angles realmente pode ser aplicado ao conteúdo, do primeiro ao décimo single reconhecemos a sonoridade que transformara a banda no sucesso que é, porém notamos também um amadurecimento musical impressionante, no quesito produção, os ângulos foram realizados de uma forma cuidadosa para fazer desse disco o melhor do ano.

Ao mesmo tempo em que retornam a sua raiz, adentram em novos caminhos.

Rápido de se ouvir e fácil de viciar.

Alguns críticos odeiam o fato deles alavancarem tanta expectativa dos fãs diante de um novo lançamento, os argumentos contrários ao sucesso existem aos montes, prefiro não ler, desviar de tudo isso e reafirmo nesse parágrafo novamente, Angles sem dúvida nenhuma é responsável por um dos melhores momentos do ano pra mim, principalmente tendo em mente uma nova etapa no qual estou passando (mas divago).

Eu só quero dizer que longe de qualquer sinal de resenha do álbum, empregando termos técnicos em cada melodia, quero ir além desse vicio intelectual. Pouco importa porque eu gostei tanto do disco, eu senti a energia, simples assim: ouvindo Games me sinto bem, ouvindo Under Cover Of Darkness senti vontade de dançar, ouvindo Taken  For a Fol senti confiante, ouvindo Metabolism transcendi ...  Só não termino falando do resto das canções, porque agora vou ouvir mais Angles!

O nome dele é Neymar!

                                                                 Caricatura feita por Abel Costa

A profecia está se cumprindo, eu havia dito em um texto sobre a aposentadoria do Ronaldo, que o próximo a herdar seu trono seria Neymar, se tivesse boa cabeça, mostraria para o mundo toda genialidade que um verdadeiro artista da bola tem.

Num breve resumo futebolístico recente, muitos foram os jogadores em potenciais que poderiam marcar história no futebol como o fenômeno fez, no sentido, de caminhar na beira da perfeição, ou seja, no conjunto da obra Ronaldo em sua carreira inteira foi o jogador de sua geração que menos oscilou em seu nível técnico, salvo as ressalvas das lesões sofridas, quando recuperado sempre esteve bem, só começou sentir sua decadência no final da carreira.

Cito alguns casos que se tivessem preparo psicológico poderiam marcar ainda mais a história do futebol, é chegar a um nível de melhor da década, como: Ronaldo Gaucho, na temporada que esteve no Barcelona jogou muito mais bola do que o seu chará, no entanto, perdeu o pé, não conseguiu manter seu desempenho ao longo da carreira e hoje ostenta quedas drásticas de sua técnica. O baixinho Romário também perdeu o pé em determinado momento da carreira, poderia ser muito mais do que foi, mas tropeçou em questões culturais, não quis fazer carreira na Europa por não ter se adaptado a cultura local e foi parar no Rio de Janeiro, num campeonato regional no mínimo duvidoso e monopolista.

A colocar a questão em termos internacionais, acho que poucos jogadores na ultimas décadas a exceção de Zinedine Zidane e Maradona, que podem ser taxados de grandes gênios, atualmente, citaria que o único que tem potencial para isso, seria Lionel Messi, porém sofre com um problema, precisa atuar na seleção de seu país como joga no seu clube, fazendo isso, tem todos os indícios para ser eternizado como um dos melhores. Pra mim Cristiano Ronaldo, David Villa, Rooney, tantos outros que fogem da minha cabeça agora são apenas excelentes jogadores com pequenos traços geniais.

Percorri esse pequeno histórico para concluir o seguinte, quem assistiu ao jogo da última quarta (09) do Santos contra a Portuguesa, presenciou a genialidade do atacante Neymar, que se mostra um jogador quase completo a cada jogo, claro, precisa ainda treinar passes a longa distância, mais do resto: sabe driblar como poucos, bater de cabeça, bater com a direita e com a esquerda, olhar pro gol antes de chutar, cadenciar a bola ... Reafirmo de novo - Neymar, vai ser gênio, o melhor de sua geração. O trono é seu.

A maioria acredita que Paulo Henrique Ganso já recuperado vai ser mais jogador, não sei, também fazia parte do coro popular, mas hoje em dia, depois de acompanhar a evolução técnica de Neymar, custo acreditar que o caminho de o melhor não esteja com ele, apesar de achar Ganso um gênio e possui mais talento do que seu parceiro de time, mas tem tudo pra seguir os caminhos de Zidane, porém a minha intuição profetiza o seguinte: o Atacante do Santos vai lembrado eternamente, vai parar guerra, vai ir além, vai ser artista, vai virar nome de rua! Por que na vida nem sempre os melhores de fato são os melhores, se é que vocês me entendem.

Caça as Bruxas (Season of the Witch, EUA, 2010)


Caças as bruxas, dirigido por Dominic Sena seria um filme que nunca assistiria por iniciativa própria e muito menos procuraria ele na locadora, portanto sem intervenção alheia, nesse caso do meu pai, passaria em branco perante o filme.

Esse repúdio previo se deve exclusivamente ao Nicolas Cage, que demonstra em seus últimos lançamentos uma quase decadência em protagonizar só bombas cinematográficas, Presságio que o diga. Enfim, nunca tive o carisma por Cage, seu trabalho nunca me atraiu, simplesmente por essa circunstância reluto toda vez em assistir um filme do ator.

Eis que surge segunda feira de carnaval, e, vou ao cinema, com minha mina e meu pai e sem muitas opções a assistir, segui a linha obvia do gosto do meu coroa: filmes fantásticos que dialogam com o medieval ou a época bíblica, que contenha uma aventura ligeira e um enredo previsível., banalizando tudo a serviço do entretenimento.

Nada contra e não querendo se sobressair do gosto de ninguém, no entanto, não costumo assistir no cinema projeções assim, até gosto, mais minha curiosidade sempre avança diante desses títulos, procurando alguma obra que me acrescente algo ou que foi o alvo de certos comentários. Portanto, queria assistir “Bruna Surfistinha” porque, existe nessa obra uma responsabilidade de carro chefe, no intuito de gerar sucesso ao cinema brasileiro nesse ano de 2011, dessa forma, escolheria esse (mas divago).

 Não tem muito o que falar do filme, se conto muito conto tudo, apesar que ao entrar na sessão o publico já pode suspeitar do final. Mas a história se resume a Behmen (interpretado por Cage) e a Felson (Interpretado por Ron Perlman - o melhor do longa metragem sem dúvidas), dois cavalheiros da religião católica que foram enganados pela igreja na época das cruzadas, sendo assim: com a promessa dos pecados perdoados, lutaram e mataram muitas vidas por um falso moralismo da época.

Porém, ambos se cansaram e fazem a pergunta se a conduta levada até então estava certa, se contrapondo a própria igreja, sendo renegados na Europa inteira. Contudo, fugindo, direcionam-se a cidade santa, quando são parados e reconhecidos como grandes cavalheiros, membros da região fazem a proposta de limpar suas acusações caso a dupla ajude na cura da grande peste que mata a sociedade.

Para a tarefa, juntamente com um grupo especifico, precisam levar uma garota acusada de bruxaria até um monastério onde seria julgada. Com a última missão, o bando, enfrenta dificuldades até o alcance do objetivo.

O roteiro segue numa linha de clichês atrás de clichês, com tudo que se tem direito e que se possa ver num filme desse gênero, desde mortes anunciadas e uma ponte no meio do percurso numa situação precária. Nesse ritmo, a projeção segue no seu desenrolar, trazendo um final grotesco, causando em mim, a incrível sensação de ter visto um dos piores finais existentes no cinema.

Em, todavia, poderia concluir dizendo que foi uma das piores coisas vistas por mim, mas não, me diverti muito, comprei a idéia e a precariedade do longa metragem, ri com as piadinhas de Felson, torci para a vitoria de Cage, só não consegui engolir o epílogo, do resto recomendo, já escrevi aqui antes - da grande importância em se desprender da história cabeça e embarcar no entretenimento exclusivo. Pelo menos as vezes é bom, o que fica na memória são os momentos.

A emoção de desfilar na avenida!


Dia 08 de março, exatamente 20h45min.  A apuração do melhor desfile de São Paulo já ocorreu no Anhembi, por uma diferença de 25% do segundo lugar a Vai Vai se concretizou a campeã de 2011. Nada que abale o animo desse – ainda- recém folião do sambódromo.  Que desfilou pela primeira vez pela escola Mancha Verde.

Nesse exato momento que escrevo: no calendário anual já se pode contar o fim desse feriado de carnaval, porém, retomo ao pensamento para o inicio dele, que se deu na sexta feira, dia 04 de março, foi quando ao sair do trabalho, as 18h00 min., estava a menos de nove horas da minha estréia na avenida.

Peguei uma condução lotada em pleno horário de pico e para piorar: na véspera de um feriado, cheguei atrasado a casa da minha mina, comi o mínimo. Pronto, estávamos a caminho da concentração da quadra.  Ao pegar o metrô, os dois (eu e minha mina) segurando as fantasias numa “sacolona branca” chamava a atenção dos passageiros. Chegando na barra funda, pegamos a lotação rumo a quadra, se aproximando do destino, vendo o grande movimento nas proximidades, pouco a pouco, conseguia ter uma previa do que viria a sentir mais tarde. Muita gente fantasiada. O carnaval já havia começado.

Coloquei a minha fantasia. Com todos integrantes da ala prontos, juntos, por meio do ônibus alugado pela escola de samba, fomos em direção ao sambódromo. O frio na barriga ainda tímido hesitava em aparecer. Já no Anhembi, vemos no esquenta (área prévia do desfile) os integrantes da Tom Maior, que seria a segunda escola a desfilar, portanto, a espera seria intensa, já que seriamos a quarta escola a entrar.

Sem relógio e refém da visão: para ver qual escola entraria no esquenta. Alguns integrantes da ala improvisavam sacos de lixos abandonados para servir como almofada para sentar. Por minutos, tivemos um excelente entretenimento: a bateria da Escola de samba - Rosas de Ouro - ensaiava ao nosso lado antes do seu desfile. Vou dizer: testemunhar o barulho da bateria é instigante, vibrante, faltam adjetivos a tamanha força e energia juntas num mesmo ambiente.

Entretanto, a emoção durou minutos e o marasmo da espera foi contaminando a todos. Meus olhos não mentiam, o que mais queria na hora era a minha cama. Com um baita sono, toda alegria adormecia com as minhas pálpebras. Num cantinho improvisado, do lado da minha mina dormia alguns segundinhos.

De repente e de repente mesmo, ouvia uma movimentação, integrantes da harmonia nos chamavam para entrar no esquenta. A minha ala diretamente organizada em filas estava pronta. Bem posicionado na segunda fileira, era só esperar um instatinho para o inicio, porém, um problema ainda ocorria - não conseguia vencer o sono, parados - a escola toda posicionada, me deparava com os olhos fechados dormindo em pé... O dilema persistiu, até o interprete do samba enredo, gritar “O coro vai comer, deixando a deixa pro restante da escola finalizar - dizendo “É o bicho vai pegar.

Meu coração bateu a mil, não tinha mais jeito, cinco meses se preparando para esse momento e estava ali diante dos meus olhos se concretizando. Estava nervoso, pensando se por ventura eu errar isso ou aquilo. Mas, não, quando o barulho da sirene despertava e os nossos ouvidos escutavam – era o início do desfile da Mancha Verde. Uma emoção difícil de descrever emergia no meu corpo, a letra do enredo que timidamente saia da minha boca ao decorrer do processo dos ensaios, em questão de segundos, saia com proeza e entusiasmo. Gritava, dançava, fazia a coreografia certa, olhava pra minha mina, a cada passo, estava mais perto da avenida e assim foi, quando passei pelos portões, vi um mar de gente, com o perdão do clichê, mas é esse o sentimento verdadeiro - estar diante de muita gente, e não ter a noção do que está ocorrendo. Arquibancada lotada, espaços vips lotados, o chão lotado, com imprensa, componentes de outras escolas. Enfim, estreava no carnaval, é estava achando lindo.

O melhor espetáculo cultural que já presenciei, sem dúvidas, uma das melhores coisas que já senti. Durante algum tempo me entusiasmei pela musica eletrônica, em especial o Drum “N” bass , depois pelo Rock N Roll, Musica Francesa, enfim, shows que já estive presente, como do Radiohead, Los Hermanos, The Prodigy e Moveis Coloniais de Acaju, muitos foram os gêneros no qual tinha meus braços arrepiados. Mas o samba na avenida, o barulho da bateria, são fatores suficientes para trazer a certeza de que em termos musicais, o carnaval foi minha maior experiência musical e uma das melhores da vida.

Em um ponto do desfile olhei ao lado e percebi a cabine transparente da Rede Globo, levei um susto, no bom sentindo da palavra, naqueles instantes havia notado a grandeza do carnaval, não pelo fato de ser a cabine da emissora, mas pelas informações ocultas que o espaço de transmissão me dizia, ou seja, a maior emissora do Brasil, não estaria ali por acaso e sim pela força que a festa alavanca nas pessoas.


De fato é o discurso do dominado sobressaído do dominador. Incentivem essa data, virei defensor.

Como no ensaio, a reta final do desfile chegou e nem percebi, de repente estava nos momentos finais. Desfilar na Mancha Verde foi maravilhoso, mágico, ter a sorte de estar atrelado com o time que eu torço foi melhor ainda.

A Mancha Verde ficou no quarto lugar na apuração, não importa, seu trabalho foi um dos melhores, é uma escola que vem crescendo, ainda não conseguiu o seu primeiro título, no entanto, é questão de tempo. Um pouco dentro da escola, tive a oportunidade de testemunhar a entrega de todos em busca do troféu, resultando num trabalho diferenciado e bem profissional, que mostraria o contrário para os pessimistas que acham que a data é o equivalente a bagunça.

Tudo indica que voltarei pro Anhembi com o desfile das campeãs. Agora, sem a preocupação de errar para prejudicar a escola, vou ter ainda mais liberdade e curtir muito mais e como dito no meu outro post, vou pela terceira vez parar o tempo, parar o momento, viver o carnaval.

Deixe Thom Yorke tirar o seu medo

A importante tarefa de não ter medo:

Há uma semana veio ensaiando para escrever sobre a importante tarefa de não ter medo, principalmente de viver. O tema veio a mente quando assisti o novo vídeo do RadioheadLótus Flower”. No qual, durante aproximadamente 5 minutos o vocalista Thom Yorke utiliza-se do seu corpo de uma forma engraçada, em outras palavras ele faz uma dança um tanto esquisita.



Mas, o que diabos, um videoclipe da banda britânica tem haver com a importância de ser real e não se camuflar diante dos seus medos? Absolutamente tudo. Quem não é atento, logo de antemão olha o clipe e só consegue enxergar o cômico que o conteúdo realmente tem, outros, dos quais chamo de chatos de galocha, olharão e pensarão o seguinte: Nossa que ridículo! Desarmado de todos esses pré-conceitos, notei, que o novo material do grupo de Thom é no mínimo interessante, no ponto de vista ideológico, sim, aquela dança que a principio achou que era boba, tem a sua mensagem, não uma suposta parodia barata de cantoras como Lady Gaga e Beyoncé (por exemplo) como argumenta os críticos cults.

Para mim, quando olhei o vídeo a primeira vez, pensei, rapidamente, conclui: Isso daqui é demais, fala muito sobre o desapego de pré-definições, ao desinteresse do comportamento social consagrado, basicamente fala sobre “eu não me importo, quero viver longe do medo”.

O “grande genial” diretor, pensador e ícone -* Charles Chaplin tem inúmeras frases que dialogam contra o medo, trazem a menção do descrédito da implicância e da preocupação. Uma delas é “Não devemos ter medo dos confrontos... até os planetas se chocam e dos caos nascem as estrelas.

É Thom, até no remoto exemplo de não ter pensado nisso, mas, particularmente acho que o material em questão foi realizado conscientemente, ou seja, reflete no argumento que defendo, por isso, acho que o próprio cantor quis deixar claro, a importância de ser real. É quem acompanha a banda sabe da história de Yorke (principalmente na infância) onde era rodeado de bullying e os mais espertos olhando a sua aparência sabem que sua figura foge completamente dos padrões estéticos da sociedade. Dessa forma cabe de certo modo a previsão dos críticos cults, na qual observo naturalmente, que além de encorajar os que vivem sobre a desculpa do medo, também deixou o seu recado para toda a indústria cultural, olhem, sou feio, mas posso dançar como a Madona, porque não? Mostre o regulamento onde se fala que não posso remexer o meu corpo, portanto, sem argumento, vocês terão que testemunhar o real.

Acreditem: esse post não é feito por um fã birrento do Radiohead, se fosse um clipe do artista mais brega e feio do mundo, com a musica mais chata, mas tivesse o apelo da “Lótus Flower” estaria aqui, exaltando da mesma forma. A identificação foi imediata, por experiência própria onde n vezes deixei de fazer coisas que gosto, por medo, barrado na péssima questão do, mas se, se olharem e falarem de mim, se me zoarem, se acharem isso ou aquilo.

Não vou mentir, ainda é muito difícil ser cem por cento real, algumas vezes paro nos falsos argumentos contrário. Porém é notável a melhora, agir sem medo é possível, se vive mais, se faz um ser humano melhor e limpo. Os problemas são incentivadores diretos do seu próprio talento de saber lidar ou solucionar eles. A pessoa que fala mal e porque se limita a pequinês. Castrado de cultura e bom senso.

Entre um amigo sincero que gosta do que não gosto, por exemplo: um fácil alvo da mídia ou aquele que se gaba, por ter lido livros e não coloca em prática tanta teoria, ficando somente com explicações pra si mesmo (o famoso egocentrismo) prefiro ter do meu lado o transtornado, o preso dentro de um submundo criado pro consumo.
Para finalizar: faça igual Thom Yorke, Michel Melamend e tantos outros que fugiram do convencional - dance, fale, grite, escreva no meio de um texto hahaljef9u8e90uer erogoiopg - coisas sem sentido, por exclusiva e única razão de querer agradar a sua alma, onde, ela é a principal engrenagem da sua carne que anda, caminha e percorre. Fugir de falsas desculpas é necessário como o diabo foge da cruz, usar pra bem próprio o velho clichê de não ligar para a opinião alheia é uma dádiva. Pense, seja cidadão, se exercite, haja da maneira que quiser dentro dos direitos e deveres. Pelo menos por alguns segundos, feche os olhos e imagine viver fora de si.

LinkWithin

Related Posts with Thumbnails
Return top