Plano B

Final de semana, dia dos namorados e tempo frio, mais do que suficiente para levar a namorada ao cinema. Partindo deste principio básico, o próximo passo é escolher um filme, sendo assim, sou obrigado a escolher uma comedia romântica, sabendo que de todos os gêneros cinematográficos este seja o mais adequado para essa data.

Sendo assim, o escolhido da vez foi o filme Plano B, dirigido pelo desconhecido Alan Poul, protagonizado por ninguém menos que Jennifer Lopes, aquela moça que nunca fez nenhum filme legal.

Com fortes indícios de que essa projeção seria uma bomba avista, enfrentei a minha previsão negativa mesmo assim, entrei na sala e sim estava prestes a assistir no cinema um filme estrelado por Jennifer Lopes, antes do inicio da trama, pensei rapidamente nos milagres que um dia dos namorados pode fazer.

Bom, comedias românticas são sempre aquelas narrativas que você já entra na sala sabendo o que ira acontecer e como terminará. Agora se tratando de uma película desse gênero contendo a musa Lopes como protagonista se insere novas certezas, certamente Jennifer estará mal na interpretação e ela esta fazendo novamente um papel parecido com os milhares que existem em seu histórico como atriz.

Após constatações necessárias e realistas sobre a estrela do filme, posso agora contar a história, Lopes interpreta Zoe uma mulher bem sucedida profissionalmente, no entanto quando o assunto é o amor, ela não tem sorte, nunca encontrou um homem que prestasse, mesmo assim decide ter um filho por inseminação artificial, entretanto no meio de sua gravidez encontra o homem de sua vida, Stan (Alex OLoughlin) que preenche o seu vazio.

Um divertimento exclusivo para o dia dos namorados, porque longe desta data não funciona, totalmente previsível. Acho que existe filmes feitos para ser vistos em datas especificas, esse aqui só pode ser visto no dia dos namorados, ao contrario causa efeitos contrários.

Solo


O longa-metragem Solo estréia nos cinemas paulistas “quase que invisivel”, isto porque poucas pessoas sabem que um dia este filme existiu, com nenhuma publicidade em torno da obra, a direção esta a cargo de Ugo Giorgetti, conhecido por dirigir a projeção nacional Boleiros.

O filme é totalmente solo, ou seja, temos durante 72 minutos a faceta de um único ator num monologo. Estrelando por Antonio Abujamra, que faz algo muito parecido com o que realiza no final do seu programa Provocações na TV Cultura, onde o finaliza fazendo leituras de diversos poemas.

Mas nesta obra ele diserta sobre vários assuntos, o que é quase uma despedida ou uma constatação de estar descartado para o mundo. No filme todo, temos a sua visão em diferentes temas, desde a adolescência até o medo, o amor, os vizinhos, a cidade, enfim, para o público que espera fortes emoções este filme não é uma boa pedida, porém para aquele que anseia por experiências cinematográficas novas pode ser que sairá do cinema satisfeito.

O longa é complexo, confesso que certos momentos me deparei brigando com o sono, no entanto teve outras cenas que ficava intrigado com o monologo de Antonio Abujamra é me perguntava aonde este filme chegaria. É chegou ao fim, ainda não sei ao certo o que este filme representou para mim, mas sai do cinema satisfeito e com certeza de que esta obra de Ugo Giorgetti foi uma grande experiência cinematográfica.

Lost



Semana passada exatamente no ultimo dia 29 de maio, estava cá assistindo o episodio final de Lost, chegando ao ciclo final de umas das minhas maiores experiências de vida até então e por mais que tente descrever o que esta serie causou em minha vida, não conseguiria ser tão fiel aos meus sentimentos, por ser algo muito pessoal.

Porque gostar tanto de Lost? Ao ponto de reverenciar, colocando-a ao um nível de marco em minha vida para sempre. Certamanente, uma resposta complexa. Pretendo responde-la ao longo deste texto.

Recordo que nos anos de 2005 á 2006 havia em mim certa curiosidade em torno desta serie, por comentários de conhecidos e pelas chamadas que a Rede Globo exibia. Não sei ao certo, mas, nunca havia parado para assistir, talvez a razão fosse à época, eu ainda não tinha aderido ao mundo do compartilhamento virtual, os downloads de series e filmes.

Em 2008, no entanto paralelo a um amigo, embarquei e comecei a ver a primeira temporada, porém com ares de descomprometimento, mas, aos poucos conversando com o mesmo amigo que também estava acompanhando e se viciando, me influenciou a de fato consumir a serie. Já na segunda temporada, organizávamos juntos com nossas namoradas um encontro semanal para assistirmos a segunda, a terceira e a quarta temporada, as únicas disponíveis aquele instante.

No final da quarta temporada, tivemos que esperar para estréia da quinta temporada, neste espaço de tempo, muitas coisas aconteceram, meu amigo terminou o namoro, perdeu a vontade de acompanhar a serie, reflexo das lembranças que a serie traria ao seu ex-namoro.

Chegando a quinta temporada, me insiro a um dos pontos altos da serie a interatividade que ela ocasionou no mundo virtual, por meio de downloads dos episódios e na leitura de fóruns que tinha como objetivo desvendar os mistérios da ilha. Sempre acompanhando da minha namorada assistimos o final da quinta temporada, depois tivemos que nos contentar com a sua pausa.



Neste derradeiro ano, se iniciou a sexta e a ultima temporada de Lost, com muito mais interação e diversas opções para estar ligado a serie mesmo após a finalização do episodio, acompanhei de semana a semana, os episódios, baixava na quarta e assistia no final de semana com minha namorada e segunda escutava os Losties, um podcast sobre a serie. De janeiro a inicio de junho esta foi minha rotina.

Reflito e concluo que neste ano, descobri porque gosto tanto desta serie, nunca me encaixei naquele espectador que reclama por baixo e procura respostas a todo instante. Eu vivi Lost, pouco me importava qual era o mistério da ilha, era de fato um John Locke, sabia que o destino havia colocado esta serie em um momento delicado da minha vida para dar sentindo a umas atitudes.

Pode até parecer um pouco fantasioso, nem sei, entretanto, Lost me pegou, porque na minha concepção a historia da serie não passa de uma mera analise do mundo que vivemos. Lost é o planeta terra. E os losties somos nós, quantas vezes na vida não agimos como Locke, Sawyer, Desmond, Bem, Hugo, Sayid, Kate e tantos outros que surgiram nesta historia. O que falar do personagem mais emblemático Jack Shephard, quantas vezes somos Jack, em diferentes momentos.

Em termos de registro áudio visual, a serie arrebenta e marca historia por sua montagem, trilha sonora, fotografia, enfim, todos os detalhes técnicos soberbos.

Damon Lindelof, J.J. Abrams, Jeffrey Lieber, responsáveis pelos roteiros ao longo da serie, são na verdade sobrenaturais e dominadores da matéria escrever, sabem como ninguém como se conta uma historia, excepcionais na construção dos personagens, felizes no clímax da trama, e conseguem finalizar a serie com um saldo de 89 e tantos por cento, claro, sendo uma analise deste modesto entendedor que vos escreve.

Lost é fenômeno cultural, nenhuma serie antes movimentou tanto a industria cultural como esta, sendo usada em diferentes plataformas, o principal exemplo é a internet, a revolução áudio-visual desta década.

Nenhuma obra de arte causou o que lost mostrou em mim, muitos são os sentimentos passados ao longo destas seis temporadas, de aflição a cada capitulo surgindo uma tranqüilidade por saber que chegaria segunda feira para baixar os Losties. Estímulos e inspiração ao final, este é um dos legados deixando por esta serie. Por menores é isto, um relato de um fã que aprendeu muito enquanto esteve perdido na ilha. Lost deveria ser visto por todos, no todo continuo perdido nesta ilha chamada Planeta Terra.

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